O Reino Unido deve pagar, nos próximos dias, os milhões de euros prometidos a França no esforço conjunto para travar as travessias de barco ilegais, por migrantes. Um anúncio feito esta segunda-feira depois de Paris se ter queixado de ainda não ter recebido a verba devida.
A situação tem causado tensão entre Londres e Paris. No sábado, numa viagem ao norte de França, o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, tinha pedido ao governo britânico para honrar o compromisso, assumido em julho, de pagar a França 62,7 milhões de euros, em 2021-2022. Dinheiro a ser utilizado para financiar o reforço da aplicação da lei francesa na costa e a luta contra os traficantes.
Pierre Henri Dumont, deputado por Pas-de-Calais dos “Les Républicains“, explicava que “a__ questão é como parar estas travessias. Isto requer mais controlos, o que já é o caso no porto e no Canal da Mancha. Requer mais pessoas e equipamento nas praias e é por isso que é, absolutamente, necessário que o Reino Unido liberte fundos para financiar todo o equipamento tecnológico: câmaras térmicas, “drones” térmicos, meios de deslocação motorizados e rápidos nas dunas, para poder parar as partidas”.
As travessias ilegais do Canal da Mancha têm vindo a aumentar. No domingo, 342 pessoas foram salvas no Estreito de Pas-de-Calais. Na sexta-feira e no sábado, 1115 pessoas foram resgatadas ou intercetadas pelos britânicos.
O Reino Unido é atrativo para os migrantes, por vários motivos, um deles o facto de ser um dos países europeus que menos deporta os migrantes ilegais. Mas, internamente, a guerra contra esta prática começou à vários meses, com o governo a aprovar um projeto de lei para reformar o sistema de asilo e endurecer as sanções, especialmente contra os traficantes.