Cimeira climática: Compromisso contrasta com velhas práticas

Dezenas de países comprometeram-se hoje a reduzir as emissões de metano em pelo menos 30% nesta década. Uma centena de países, entre eles Angola, Guiné-Bissau e Moçambique, assinaram pacto para acabar com desflorestação.

Os chefes de Estado e de Governo de uma centena de países, entre os quais Angola, reunidos em Glasgow, na Escócia, na 26ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas que teve como anfitriã Grã-Bretanha, comprometeram-se a reduzir as emissões de metano em pelo menos 30% nesta década.

Os organizadores deste evento de concertação denominado COP26 que se estenderá até ao dia 12 de Novembro, estão confiantes que a diplomacia do vaivém e as negociações meticulosas que se verificam, estão a ser cruciais para a continuação da viabilidade do Acordo de Paris, tendo como objectivo limitar os aumentos de temperatura entre 1,5ºC e 2ºC.

Ao intervir na cimeira, ao fim da manhã de terça-feira (2), o presidente da República, João Lourenço, assegurou que Angola considera as alterações climáticas um dos maiores desafios que enfrenta a Humanidade, pelo conjunto de efeitos directos e indirectos que causam à vida económica e social das nações, facto que constitui um verdadeiro desafio ao desenvolvimento.

Referiu que a sua governação abraçou a causa da protecção e repovoamento dos mangais, através de uma campanha nacional de replantação de mudas de mangue ao longo da extensa orla marítima nacional. 

Por outro lado, deu conta que se está a privilegiar “a produção e consumo de energia limpa proveniente das barragens hidroeléctricas existentes e de outras por construir, assim como nas fontes renováveis de energia, com destaque para projectos de produção de energia   fotovoltaica com parques solares que vão reduzir o consumo de combustíveis fósseis na produção de energia eléctrica”.


Actualmente, disse também o presidente da República, “a matriz energética nacional já incorpora 62% de fontes não poluentes de energia, ambicionando chegar a 70% em 2025”.   

Sobre projectos que estão em carteira, anunciou que se firmou com o ICCF- Fundo Internacional de Conservação, durante a sua recente deslocação a Washington DC, um convénio para a conservação dos parques do Luengue-Luiana e Mavinga, para a protecção da vida selvagem animal e vegetal e desenvolvimento do turismo internacional sustentado.


Na sequência dessa estratégia, comunicou que se aprovou “a Estratégia Nacional para as Alterações Climáticas 2021-2035, almejando alcançar os objectivos preconizados no Acordo de Paris”. O meu Governo, frisou ainda, “aprovou mais recentemente um importante pacote legislativo ambiental, instrumentos que serão determinantes na luta contra as alterações climáticas”.

João Lourenço garantiu que “Angola está alinhada com os consensos internacionais do desenvolvimento sustentável, incluindo o África – 2063, em consonância com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável”.

O presidente angolano disse que “Angola definiu a sua contribuição concretizada na redução da intensidade de carbono na produção de energia eléctrica num horizonte até 2025, e acções complementares no domínio da gestão sustentável das florestas, transportes e agricultura”. 

Na parte final do seu discurso, João Lourenço afirmou que “foram igualmente identificadas acções de adaptação relacionadas com a melhoria da resiliência climática das nossas comunidades e a protecção de investimentos sociais e económicos”, tendo reiterado a “firme vontade e determinação de Angola continuar comprometida com a acção climática e com a adopção de um modelo de desenvolvimento de baixo carbono”.

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