O estado de saúde do ex-presidente José Eduardo dos Santos e a grande preocupação do presidente João Lourenço

VEGETANDO POR AÍ

Ramiro Aleixo

Rui Falcão, negou, no passado dia 16, quando falava à Voz da América, que o seu partido interfere na gestão editorial (coberturas noticiosas) dos órgãos de comunicação social públicos. E eu até acredito que sim. Aliás, aquele político justificou que, “infelizmente há quem deturpa os limites das suas responsabilidades, o que não tem nada a ver connosco”(eles, da direcção do MPLA), acrescentando que “excesso de zelo e autocensura não nos (eles) caracterizam”.Também acredito que sim. Sendo assim, então, a responsabilidade do mau jornalismo com que nos brindam os órgãos públicos, deve ser atribuída aos próprios gestores e aos jornalistas. Mas, postos aqui, conhecendo bem o que a casa gasta, sou forçado a discordar. 

Como cidadão, mas também como profissional de comunicação, que sei bem o que é uma notícia, tenho dificuldade de entender como é que o agravamento (ou internamento) do estado de saúde do ex-presidente da República José Eduardo dos Santos, que governou esta Nação por 37 anos, matéria que tem sido destaque em quase todas as redes de televisão estrangeiras, não é por cá, por exemplo para a TPA. Aliás, no noticiário de hoje, só mereceu referência terceirizada, a partir de Lisboa, na sequência de orientação do presidente da República João Lourenço, que deu conta da decisão de despachar o ministro das Relações Exteriores para Barcelona, com o objectivo de acompanhar o que, eventualmente, poderá ser o “desligar das máquinas”, que mantêm o ex-presidente vivo, o que também não é verdade, de acordo com denúncia de sua filha Tchizé dos Santos, por via das redes sociais. Ou seja: o agravamento do estado de saúde de José Eduardo dos Santos não constitui notícia, matéria destacável, mas a preocupação do presidente João Lourenço em enviar o ministro das Relações Exteriores para Barcelona, sim. 

Sinceramente, não acredito que isso seja só postura que deve ser caracterizada como “excesso de zelo e autocensura”. Apesar das curvas e contracurvas que deram, uma vez mais ficou patente, que isso não reflecte incompetência dos jornalistas (da TPA que têm sido os mais visados) mas sim, que há uma orientação muito clara de alguém que detém poder para castigar quem quer que seja que se atrever a desviar-se da orientação de silenciamento de tudo o que se relaciona, directamente, com José Eduardo dos Santos. E se quem tem esse poder não é o MPLA, então a questão é bem mais grave do que parece, porque ficamos com a certeza que até o MPLA se tornou refém do próprio Sistema ditatorial que criou e alimentou. Mas, ficou muito claro que isso não resulta de orientação de servidores ‘cambomborinhos’. É de quem manda, de facto. De quem tem mesmo poder!

E a ‘razão’, está muito para além de qualquer interesse ou questão de Estado. É pessoal! É birra! É ódio, que alimenta alguém que, agora investido de poder, está a dar o troco de uma dívida mal saldada. E os jornalistas (da TPA) dos órgãos públicos, foram transformados apenas em peças dessa jogada de arremesso do castigo, da pena aplicada. Infelizmente…

Mas, e se essa figura que tem assim tanto poder embarcar primeiro que JES? É que agora mesmo caiu no meu telefone uma mensagem que me recorda que “a vida, é o hoje, é o agora”. Daqui a instantes, quando este texto estiver a ser lido por si, eu próprio não sei se ainda estarei por cá. Quem sabe se posto lá em cima, não serei também escalado para fazer a reportagem do primeiro encontro de pacificação entre todos eles? Pelo menos lá não deve existir DIP (Direcção de Informação e Propaganda) do MPLA, órgãos de censura (ou de Segurança do Estado), discriminação e o acesso à sala ou jardim onde se realizará esse encontro, não estará cheia de guardas enfatados com pesadas pastas escondendo armas de reacção rápida. Seremos todos iguais.

Certeza mesmo, é que, melhores ou piores, ninguém sobrará para semente. E como se está a ver, se existem mesmo diabo e inferno, eles não estão no céu. Este espaço que dividimos e que se chama Angola, é prova disso mesmo.

Ramiro Aleixo

28.06.2022 

Denúncia de Tchizé dos Santos

“O Dr. João está lá para matar o meu pai”

“O meu pai não teve COVID nem em 2021 e nem em 2022 e sim após o Natal de 2020 e ficou 100% recuperado. Eles estão a inventar estes dados.

O meu pai tem sido vítima de negligência propositada com o fim de antecipar a sua morte. Eu tentei colocar um enfermeiro em casa 24/24 horas (3 turnos ) e fui impedida. Os médicos alegavam que lhes eram anuladas consultas. E quando, finalmente, a minha irmã Isabel praticamente invadiu a casa com os médicos espanhóis, estes deram a consulta, mas, posteriormente, não foi permitido que a enfermeira fizesse a colheita de sangue de modo a realizarem  os exames de sangue prescritos pelos médicos da TEKNON.

Tentamos internar o meu pai devido ao baixo peso em finais de Abril e não nos deixaram. O meu pai está sequestrado e os filhos impedidos de lhe prestar a assistência médica que gostaríamos. A consequência está à vista.

Se ele tivesse um enfermeiro ao lado, não tinham demorado 15 minutos a telefonar para a linha de emergência a pedir socorro, o que foi a causa da parada cardíaca fruto da parada respiratória que alegadamente teria levado à queda. Porém, seria bom que se investigasse realmente a causa da queda…

Entretanto o meu pai estava com uma infeção pulmonar há muito tempo não tratada, que culminou na falta de ar. Como é que o Dr. João Afonso que vive ao lado do meu pai e não tem outro paciente, não ausculta  periodicamente os pulmões do paciente?

Claramente está lá para o matar, por omissão.

Um crime !”

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

PROCURAR