RÁDIO ESSENCIAL PROVA COM EVIDÊNCIAS OS TRAÇOS E SINAIS DE PERTURBAÇÃO DA PERSONALIDADE E CONDUTA DO GENERAL MIALA

POR MIGUEL ÂNGELO 

Sem se aperceber como é que especialistas em outros domínios do saber interpretariam a decisão da direcção da Rádio Essencial de banir de todas as suas plataformas a entrevista que concedi no dia 18 de Março de 2025, alegando princípios editoriais e não só, é a própria rádio que acabou por apresentar as provas que exige de mim. Há coisas que não acontecem por acaso. 

No dia 21 de Março, depois de emitir a minha nota de repúdio ao pronunciamento da rádio, sobre a decisão de retirar a entrevista do ar e a pressão que continua a exercer, para que o vídeo não seja difundido pela YouTube, resolvi partilhar o assunto com o meu amigo, o médico psiquiatra brasileiro, e, assim que lhe expliquei o que se passou depois da minha entrevista, com o facto de a rádio ter retirado a entrevista das suas plataformas, argumentando falta de provas nas minhas afirmações, sem que eu próprio tivesse descortinado nada disso, eis o que ele me diz: “não conheço a vossa lei, mas aqui, no Brasil, essa rádio teria de ser processada e lhe seria cancelada a licença de comunicação. Se a entrevista foi conduzida até ao fim e em directo é porque a direcção da rádio ou o seu conselho editorial acompanhou a entrevista até ao fim e, por isso, a entrevista não foi interrompida pelo meio. Logo, seria infundado qualquer argumento de se banir a entrevista a posterior, com o pretexto da sua linha editorial”.

“Por conseguinte, há questões que se devem fazer e a própria direcção da rádio se devia fazer. Se a pessoa visada na entrevista até agora tem sido tolerante com o autor do livro, entrevistado pela rádio, por que seria ele intolerante com a rádio? E por quê a rádio não tolerou as tuas afirmações quando a própria pessoa visada diante do que está escrito no livro nunca se pronunciou? Nunca recorreu aos órgãos competentes do Estado para a tua responsabilização criminal? E mais: não é a primeira vez que você se pronuncia publicamente sobre o assunto. Se você falou publicamente à VOA, em Fevereiro, e ele não se incomodou com o que você disse, nenhum órgão do Estado chamou-lhe para provar o que disse, por quê a rádio em que você falou em Angola entendeu que você devia apresentar provas? O próprio conselho editorial da rádio, antes de tomar qualquer decisão, deveria contactar o entrevistado e, se preciso, pedir para fazeres um escrito fundamentando as tuas afirmações e que deixasses lá como prova, e nunca banir a entrevista. Devia optar por um outro exercício e fazer diferente, para salvaguardar a imagem da rádio e do entrevistado, independentemente da sua linha editorial. Como também bastava que eles tivessem um exemplar do livro como prova. A sociedade não é juiz. 

O livro tem fundamentação teórica suficiente, para provar as tuas afirmações. O trabalho desta rádio foi extremamente negativo e muito pouco profissional e irresponsável”, disse,  desiludido, o médico brasileiro. Pergunta-me: ou também estariam a testar o seu nível de tolerância/intolerância? Viu como você reagiu?” 

Coisa que nem eu próprio tinha pensado e nem feito nenhuma relação com o que temos já conversado sobre os níveis de tolerância e que até acabei falando durante a entrevista. Muita coincidência. Há coisas que só podem acontecer em Angola. Consequência do cumprimento cego das “ordens superiores”.

O meu amigo disse mais: “sem eles se aperceberem, deram uma prova do que você disse na entrevista sobre os níveis de tolerância/intolerância. No fundo, você falou de ambas as condutas, porque, se, por um lado, ele (o senhor general Miala) é capaz de violar as regras estabelecidas (árbitrariedade, intolerância sem limites), por outro, parece o senhor Miala não se importar nem com os seus pronunciamentos, nem com o que o livro faz referência sobre a sua conduta. Até hoje, nunca se pronunciou sobre o assunto. A decisão da direcção da rádio é uma evidência científica. A intolerância da rádio, alegando falta de provas nas suas afirmações, sem fazer nenhum exercício, nem sequer se preocupar em ter o próprio livro como prova, faz jus às afirmações feitas durante a entrevista, em que você fala dos níveis de tolerância/intolerância que, também, estão no livro, não explicitamente assim, mas é só ver que a máscara da sanidade fala da falta de remorso ou vergonha e outros aspectos que se devem relacionar à suposta conduta de “tolerância” e “intolerância”. Logo, quer isto dizer que o senhor general Miala sabe por quê se mantém calado. Não que esteja a ser tolerante, porque isto nem a própria rádio demonstrou estar capaz de ser”. 

Na apreciação deste médico, face à “repercussão negativa que a entrevista causou sobre a imagem do senhor general Miala, só lhe resta uma saída airosa, para um país democrático: pedir a sua demissão do cargo e ser ele mesmo a exigir que o Presidente da República mande instaurar o competente inquérito. Caso contrário, será a própria imagem do Chefe de Estado que ficará beliscada, assim como a dos demais órgãos competentes da justiça, se o assunto não for tratado com imparcialidade e transparência. Este seria ou é um assunto extremamente delicado para os órgãos de soberania de qualquer país. Não tenho histórico de situações similares em outras geografias. Parece-me bastante sui generis”.

Ouvindo a voz de um grande especialista, assumo que eu não teria como chegar a esta perspectiva. Fica claro, de acordo com a visão de um especialista em Psiquiatria,  os limites de tolerância ou de intolerância que não respeitam os limites. No fundo, a Rádio Essencial fez aquilo que o general Miala nunca fez, para defender a sua honra, o seu bom nome e dignidade e da sua própria família. Isto é a prova mais evidente dada pela postura da rádio até com algum radicalismo. 

De acordo ainda com este especialista, “com esta postura, não é possível descartar a hipótese de que a rádio agiu sob pressão externa. Está evidente a coação”, disse, acrescentando que, “se assim não fosse, por uma questão de princípio, ética e responsabilidade, por mais ofensivo que fosse o conteúdo da entrevista, passada na íntegra, em directo, a direcção da rádio deveria demonstrar coragem suficiente, para enfrentar as consequências críticas se elas viessem apenas da sociedade e, se houvesse algum contencioso judicial, esperar que a decisão viesse a ser tomada por um tribunal. Foi um descaramento, um desrespeito ao entrevistado que não tem justificação plausível”, mostrou-se, também, indignado, o especialista. 

Disse, ainda, que, “uma vez que o assunto veio a público da forma como veio, já não seria viável sequer nenhuma imputação simples de responsabilidade que adviesse só da iniciativa do senhor general Miala. Neste momento, ele só tem uma coisa a fazer, que é pedir que o Chefe de Estado ordene a instauração de um inquérito, para se apurar a veracidade dos factos. O livro já é público desde Outubro, e ele não fez nada. O autor fez um pronunciamento num órgão de comunicação estrangeiro, no início do mês de Fevereiro, ele não agiu. Agora com a repercussão, o impacto e o escrutínio da sociedade, só ao mais alto magistrado da Nação compete tomar uma decisão. E, neste contexto, a decisão que se afigura mais favorável para a imagem do senhor general Miala, publicamente denunciada, seria um inquérito, demandado pelo Chefe de Estado, para cada um se defender”. 

Agora, que cada um tire, livremente, as suas ilações.

One Comment
  1. Antes de tudo, louvo efusivamente o site KESONGO – O EMISSÁRIO DO SOBERANO. Digo sem medo de errar, na cultura Ambundu onde o Kesongo é uma figura importante na corte real-ancestral cuja as funções vão além de um simples emissário. Uma das funções do Kesongo era o de travar as trafulhice dos sobas em exercício. Ainda ao tema e artigo em casa, que haja mais legítimos Kesongos (como Miguel Ângelo) para travar as travar as trafulhices do Sona Miala e companhia limitada.

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