Presidente da República nomeia novo comandante-geral da Polícia

O presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, nos termos da Constituição da República de Angola e depois de ouvido o Conselho de Segurança Nacional, exonerou Paulo Gaspar de Almeida do cargo de comandante-geral da Polícia Nacional e para o seu lugar nomeou Arnaldo Manuel Carlos, promovido entretanto, de comissário-chefe para o posto de comissário geral, e exonerado do exercício do cargo de director-geral dos Serviços de Investigação Criminal.

O presidente da República exonerou ainda o comissário de Investigação Criminal António Paulo Bendje, do cargo de director geral adjunto do Serviço de Investigação Criminal, mas, promoveu-o ao posto de comissário-chefe e nomeou-o para o exercício do cargo de director-geral do Serviço de Investigação Criminal, em substituição de Arnaldo Manuel Carlos.

O cargo de António Paulo Bendje como director adjunto do Serviço de Investigação Criminal, passa agora a ser ocupado pelo comissário Pedro Lufunfula, até então director de Combate ao Crime Organizado.

Recordamos que, esta decisão ocorre sete dias depois das acções que culminaram com a destruição do comité do MPLA no Benfica, bem como, o ataque a um autocarro que servia o recém inaugurado Hospital Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, em Luanda.

A actuação da Polícia Nacional antes, durante e depois, e as represálias que se seguiram aos actos que marcaram o dia 10 de Janeiro com prisões arbitrárias e prática de tortura, alarmaram a sociedade, desgastada com o crescimento da insegurança resultante de acções de grupos de delinquentes organizados, que de dia e de noite, efectuam roubos e raptos à mão armada. Intrigante, no entanto, é que essas mudanças operadas pelo presidente da República ocorrem dois dias depois de terem circulado pelas redes sociais, imagens de um vídeo sobre cinco jovens, supostamente marginais, “abatidos” à tiro no interior de um bairro da periferia de Luanda. No vídeo feito por membros daquela comunidade, é perfeitamente audível a voz de várias pessoas que atribuem a autoria do “abate” à um equipa de agentes dos Serviços de Investigação Criminal que usavam coletes de identificação, mas um porta-voz da Polícia Nacional atribui o assassinato desses elementos “altamente perigosos, por membros de um outro grupo rival.

Recorde-se que, o novo comandante-geral da Polícia Nacional, Arnaldo Manuel Carlos, era então o director-geral do Serviço de Investigação Criminal, que tinha como director de Combate ao Crime Organizado o comissário Pedro Lufunfula, elevado para o cargo de director adjunto.

Esse “abate” de supostos marginais de forma horrorosa atestada pelas imagens, tiveram lugar na manhã de sábado, depois de uma longa aparição do ministro do Interior, do ex-comandante-geral da Polícia Nacional e do então director-geral do SIC sexta-feira depois das 21 horas num programa da TPA onde, de forma atabalhoada e ferindo princípios da legalidade, contaram a sua versão sobre os actos de 10 de Janeiro, e prometeram, com base em argumentos de “teoria de conspiração”, tomar medidas severas contra o que consideraram ser “tentativas de subversão da ordem constitucional”.

INFORMADO POR UM SUBORDINADO. Entretanto, informação de última hora dá conta que o ex-comandante-geral da Polícia Nacional, Paulo de Almeida, tomou conhecimento da sua exoneração por via de uma mensagem enviada por um dos seus ‘operativos’.

Paulo de Almeida encontra-se em Brazzaville, República do Congo, integrando uma delegação multissectorial angolana que participa, desde hoje (17), na sessão ordinária da Reunião de Ministros do Comité Técnico Especializado sobre Defesa, Protecção e Segurança do Conselho de Paz e Segurança da África Central (CTSDSS/COPAX) dirigida por Teté António, ministro das Relações Exteriores, que integra os ministros da Defesa e Veteranos de Guerra, do Interior, o chefe do Estado Maior das FAA, João Ernesto dos Santos “Liberdade”, Eugénio Laborinho e António Egídio de Sousa e Santos, respectivamente.

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