PGR ‘ordena’ reingresso dos profissionais da ZAP VIVA

Num comunicado tornado público hoje (20), a Procuradoria-Geral da República dá conta que o Serviço Nacional de Recuperação de Activos requereu e viu a sua pretensão deferida, para substituição dos fiéis depositários das participações da ZAP-VIVA, a ZAP Média S.A e a FINSTAR-Sociedade de Investimentos e participações arrestadas em 2019, que haviam sido confiadas aos conselhos de administração das referidas empresas.

A decisão, que culminou com a substituição para o Ministério das Telecomunicações, Tecnologia de Informação e Comunicação Social, foi tomada em virtude do despedimento colectivo dos trabalhadores do canal de televisão ZAP VIVA, mais de 500, atribuída aos fiéis depositários acima citados, que entretanto, reclamaram nunca ter sido recebidos pelo titular da referida pasta, Manuel Homem, a quem solicitaram intervenção.

A nota de imprensa da PGR refere que o “novo fiel depositário, o MINTTICS, fica encarregue de reintegrar os trabalhadores despedidos, bem como, praticar actos de gestão prudente para a manutenção das empresas”.

Recordamos que o canal foi suspenso em Angola em Abril do ano passado, devido à “inconformidades” alegadas pelo MINTTICS e o despedimento resultou do longo tempo de inoperância em território nacional, já que se mantinha apenas a emissão em Portugal e em Moçambique.

Aliás, a ZAP VIVA foi o segundo canal angolano de televisão que encerrou as portas na sequência da decisão do MINTTICS. O primeiro foi o Vida TV, que viu suspensas as suas actividades em Julho de 2021 e despediu mais de 300 profissionais.

SOLIDARIEDADE DA SOCIEDADE. Os despedidos contaram com a solidariedade de todos os sectores da sociedade angolana e não só. Artistas e figuras públicas angolanas lamentaram o fecho do canal e condenaram a decisão tomada pelo referido órgão que resultou na suspensão das suas emissões, tal como a empresária Isabel dos Santos, então detentora e fundadora da operadora de telecomunicações ZAP, cujas participações sociais foram arrestadas em Dezembro de 2019, a pedido do Tribunal Provincial de Luanda.

Na sua conta do Facebook, a empresária Isabel dos Santos exprimiu “carinho e admiração” pelos colegas da ZAP e disse estar “de coração partido”, manifestando a esperança de “voltar um dia”.

Entretanto, após o conhecimento da decisão, os trabalhadores da ZAP VIVA fizeram, na terça-feira (11), uma oração de agradecimento que circulou nas redes sociais pela oportunidade de trabalho e sustento das famílias criada pelos antigos accionistas.

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