Presidente da República: “Este é um momento de acreditar”

O presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, dirigiu ontem (10) uma mensagem a Nação, por ocasião do quadragésimo sexto aniversário da Independência que hoje se assinala, proclamada numa noite em que, como começou por referir, pela voz de António Agostinho Neto, nascia um novo país e sagrava-se a esperança de todo um Povo.

Recordando a história, João Lourenço disse que a “ocupação colonial foi o primeiro grande teste à nossa capacidade de resistência, à nossa destemida capacidade de lutar pelos nossos direitos e objectivos, à nossa inquebrantável união perante os grandes desafios e à nossa firme vontade de vencer”.

O presidente da República deixou patente na sua mensagem, que unidos, lutámos e vencemos o desafio da Independência e que por isso, este é um “momento de reconhecimento e de gratidão a todos os que, desde os tempos mais remotos do início da colonização, lutaram, suaram, verteram o seu sangue e deram as suas vidas para que, das trevas da noite, nascesse a luz da liberdade”. Mas, deixou patente que “o sonho concretizado da Independência era, entretanto, um meio, para que o fim último de construir uma sociedade próspera fosse alcançado”.

Infelizmente, justificou o presidente da República, “a alegria aclamada pela Independência Nacional foi adiada logo após o seu início”, porque de seguida mergulhamos numa guerra prolongada que “dilacerou a vida de muitos angolanos, destruiu o nosso País e impediu-nos de realizar os sonhos da nossa Independência, adiou o País, comprometeu o futuro de várias gerações e atrasou a realização dos nossos anseios”.

Também neste domínio, como afirmou, “as nossas capacidades de resistência, de luta, de união e forte vontade de vencer os desafios foram postas à prova, porém, mais uma vez, vencemos”, e de igual modo, “conquistámos a paz, mantivemos a unidade nacional e, com o perdão sincero no rosto e na alma de cada angolano, reconciliamos a Nação”.

Na verdade, declarou o presidente da República, “os desafios de manter as conquistas da paz, de construir a unidade nacional e edificar uma Nação reconciliada, são permanentes e devem fazer parte do nosso quotidiano”.

Numa espécie de balanço do pós-guerra, João Lourenço relembrou que “nos quase 20 anos de paz, juntos fizemos um caminho que nos deve orgulhar. O País vem sendo reconstruído; construímos e reconstruímos portos, aeroportos e caminhos de ferro, investimos na educação e na saúde através da construção e reconstrução de escolas e hospitais em todo o País e do recrutamento de milhares de professores, médicos e enfermeiros”.

E prosseguindo, deu conta que nesse período conheceu-se o aumento “da oferta de habitação, reduzimos a taxa de analfabetismo, aumentámos o número de carteiras em todos os níveis de ensino, incrementou-se consideravelmente o número de camas hospitalares, meios de diagnóstico e tratamento do sistema nacional de saúde, cresceu consideravelmente o investimento na produção, transporte e distribuição de energia eléctrica e de água potável à escala nacional”.

Para o presidente da República, “as conquistas da Independência Nacional e da paz são marcos indeléveis da nossa história, que enchem de orgulho cada um de nós e encorajam-nos para enfrentar o longo caminho que temos pela frente, para vencermos os desafios do nosso tempo”. Temos um passado que nos orgulha, complementou o presidente, “e nos impele para a construção de um futuro melhor. Fazer de Angola uma Nação próspera é o principal desafio do nosso tempo, é possível e está ao nosso alcance”.

Contudo, lembrou que o “caminho é longo e complexo”, mas deu conta da sua certeza de que “juntos venceremos se trabalharmos todos pela manutenção da estabilidade política e social, continuando a construir e a consolidar uma sociedade democrática, assente no Estado de Direito e no respeito pela Constituição e pela Lei”.

Para vencermos os desafios de hoje, disse ainda, “precisamos de continuar a investir o nosso tempo, o nosso conhecimento e os nossos recursos na alteração da estrutura económica de Angola através da diversificação da nossa economia”, mas também que é crucial “explorar todo o potencial que temos para relançar e diversificar a economia, incentivar o investimento privado nacional e estrangeiro, promover o crescimento, gerar emprego e tornar o estado social sustentável”.

Para vencermos os desafios da actualidade, o presidente da República clarificou que “é imprescindível continuarmos a investir na moralização da sociedade e na construção de uma Nação, cujos pilares fundacionais sejam os valores morais. Precisamos de continuar a mobilizar cada angolano para que sejamos partícipes da luta pela prevenção e o combate à corrupção”.

Sobre a realidade que tem condicionado o mundo e Angola, designadamente, a pandemia da COVID-19, o presidente da República sustentou na sua mensagem, que “não nos permite celebrar como gostaríamos a nossa Independência, obrigando-nos a continuar com as medidas de biossegurança recomendadas pelas autoridades sanitárias e aderir massivamente aos postos de vacinação, para mais rapidamente criarmos as condições para voltarmos à vida normal”. Mas, apesar disso, manteve a sua exaltação que “hoje é um dia de festa, um dia de vitória, de esperança e de glória, um dia de reflexão sobre o nosso percurso glorioso, e sobre o muito que temos pela frente para vencer os desafios do nosso tempo”.

Tal como no passado, disse a terminar, “este é um momento de acreditar, lutar e trabalhar arduamente, para vencer a batalha do desenvolvimento”.

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