Não quero faltar respeito a ninguém, mas historicamente — atenção, eu estou a dizer historicamente — em Angola só um único movimento/partido precisou do apoio de bandidos, lúmpenes e outros para conseguir alcançar o poder político. Este partido é o MPLA. É a história do MPLA e de Angola. Se em outras partes de Angola não aconteceu, pelo menos em Luanda, aconteceu…. Foi o grupo do Sabata que fez o assalto à sede da UNITA, no Rangel, no Picapau. Foi o grupo do Sabata, acompanhado por vários companheiros seus — não posso citar o nome de um recém-falecido general que lá esteve e assistiu a tudo — que protagonizou aquela chacina dos miúdos da UNITA no Rangel. Foram estes grupos de bandidos e lúmpenes, que ajudaram o ‘glorioso MPLA’ a correr com os “Fenelás Canibais” de Luanda. Foram estes bandidos e lúmpenes que ajudaram a varrer a UNITA de Luanda, empurrando-os para as matas. Isto é o que a história registou. Eu, sinceramente, quando leio aqui determinados comentários de pessoas mais velhas de mim, fico sem perceber o que se está a passar em certas cabeças. Será a presença do senhor ministro no grupo? Será que é a vontade de pretendermos passar sempre a imagem de que somos mais MPLA do que os outros? Será que não existe o bom-senso, a coerência, a sinceridade, a decência? Então, não foram estes mesmos lúmpenes e bandidos que depois o MPLA, em 1977, dizimou como se fossem cães sem dono?! Não foi o Sabata, que havia saído da cadeia e que nada teve que ver com a chamada intentona (inventada), que foi pego depois na Dona Amália e levado para a unidade que funcionava nos arredores do R20, onde foi recebido com um tiro que o atingiu na perna, disparado pelo próprio comandante da unidade e, em resposta, o homem pediu um cigarro, acendeu e fumou sem se queixar da dor do balázio que havia levado há instantes?! Afinal, quem é que teve os bandidos consigo? O Passarão, o grupo do Sandokan estiveram de que lado? Afinal, qual é a história do MPLA? Quem esteve com os bandidos e lúmpenes, meus senhores?!
Nok Nogueira, jornalista, em resposta a outro ‘jornalista’ no grupo de WhatsApp “Nós somos jornalistas” (28.03.23)