Festival de promoção da Kizomba e do Semba na Europa

Centenas de cidadãos de várias nacionalidades juntaram-se hoje, sábado (29), nas instalações do Estúdio Time Out, em Lisboa, para participar da primeira edição de um Festival de Danças Angolanas de salão, a Kizomba e o Samba, que decorrerá até amanhã, domingo (30), que tem como propósito promover a imagem do país na diáspora.

A iniciativa da organização do Festival pertence a um grupo de jovens angolanos residentes em vários países europeus, apaixonados pelo estilo de dança Kizomba e do Semba e que têm realizado eventos de promoção desses estilos de expressão cultural e de danças de salão made in Angola.

Professor internacional de kizomba, de acordo com o Jornal de Angola, Gabriel Cabinda mostrou-se satisfeito pela adesão dos apreciadores dos estilos e ritmos nacionais. O festival, frisou, tem como meta também, promover o intercâmbio cultural entre angolanos e cidadãos de outras nacionalidades, possibilitando a apresentação de danças de Angola, com vista a incentivar o interesse do público.

Gabriel Cabinda ressaltou, igualmente, que uma das intenções é promover o desenvolvimento da dança e da música angolana, e elevar a qualificação da procura turística para Angola. 

Pé na Terra expressão cultural da lusofonia. 

Martinho da Vila, Cláudia Pascoal e Élida Almeida são alguns dos artistas de cartaz que marcarão presença na 11.ª edição do Festival Pé na Terra “Resista”, que leva música e dança de países de língua portuguesa à Fuzeta, entre 02 e 04 de Junho.

De acordo com Kelly Tanoco, um dos elementos da organização, em declarações prestadas à agência Lusa “o festival começou em 2012”, na localidade do concelho de Olhão, distrito de Faro. Já se realiza há 11 anos, e “trabalha sempre no contexto da cultura tradicional lusófona, com ritmos de alguns países de África, como Angola, Cabo Verde ou Moçambique, mas também do Brasil e Portugal”.

Tinoco afirmou igualmente que se trata de “um festival de música e dança que decorrerá durante todo o dia, haverá workshops com esses ritmos, tanto na dança como na percussão, e à noite realizam-se os concertos”, recordando que em 2020 e 2021 houve uma paragem no festival devido à pandemia de Covid-19.

O festival tem este ano o tema Resista” e Kelly Tanoco explicou que esta escolha foi feita em contraponto com a edição do ano passado, que teve como mote a Saudade”, após a paragem por causa da pandemia.

“O tema saudade foi uma escolha por razões óbvias, porque todos tinham saudades de estar e participar no festival, que no ano passado foi muito fácil de organizar. Este ano está mais difícil, porque está tudo mais caro e tornou a organização mais complicada”, reconheceu, frisando que em 2022 foram gastos cerca de 70.000 euros e este ano os custos são “quase o dobro” e superam já os 120.000 euros.

“A entrada custa 20 euros por noite, em venda antecipada, depois custará 25, e há três concertos por noite”, quantificou, reconhecendo que houve um aumento de cerca de 20% comparativamente com a última edição.

Quanto ao tema desta 11.ª edição, Kelly Tanoco explicou que a escolha de Resistir” se prendeu com a “situação actual que se vive” no mundo, com guerra e o aumento de custos causado pela inflação, e considerou que “fazer arte, principalmente procurando a cultura tradicional, já é um ato de resistência”para garantir que “estas culturas não vão morrendo”.

“A organização é toda composta por mulheres, imigrantes noutros país, e isso também é um ato de resistência”, acrescentou e sobre o cartaz, Kelly Tanoco destacou o brasileiro Martinho da Vila, que “este ano completa 85 anos e faz a turnê de comemoração do aniversário”, a portuguesa Cláudia Pascoal, que “esteve no Festival da Canção, trabalha os ritmos tradicionais de forma moderna e pode ajudar a atrair público jovem”, e a cabo-verdiana Elida Almeida, “artista que tem uma voz incrível e está a surpreender”.

Com JA/LUSA

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