Turquia: Erdogan manda expulsar 10 embaixadores

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou na quinta-feira, que os embaixadores de 10 países, incluindo a França, Alemanha e Estados Unidos, foram considerados ‘personas non gratas’ porque apelaram à libertação do seu opositor Osman Kavala, que se encontra preso há quatro anos sem ter sido julgado.

Recep Erdogan, que esteve recentemente de visita a Angola, disse que ordenou ao “ministro dos Negócios Estrangeiros que tratasse, o mais rapidamente possível, da declaração desses 10 embaixadores como ‘personas non gratas’”

O chefe de Estado turco prestou essas declarações durante uma viagem ao centro do seu país, sem, no entanto, fornecer uma data específica em que essa sua orientação teria efeitos práticos.

Esses embaixadores “deviam conhecer e compreender a Turquia”, referiu Recep Erdogan acusando-os de “indecência” e sublinhando que “terão de deixar” o país.

Essa reação surge após a divulgação de um comunicado conjunto na passada segunda-feira, em que a França, a Finlândia, a Dinamarca, a Alemanha, os Países Baixos, a Noruega, a Suécia, o Canadá, os Estados Unidos e a Nova Zelândia pediram um “acordo de libertação justo e rápido para Osman Kavala”, um empresário e mecenas turco considerado como um opositor do regime e que por isso foi preso há quatro anos, e não ter sido realizado qualquer julgamento.

Pedido “inaceitável”

Essas declarações de Recep Herdogan foram feitas depois que o ministro dos Negócios Estrangeiros ter convocado os embaixadores para lhes dizer que o pedido de libertação de Osman Kavala era “inaceitável”.

Osman Kavala, de 64 anos, é uma figura importante na sociedade civil, tendo sido acusado em 2013 de tentar desestabilizar a Turquia ao apoiar protestos antigovernamentais, conhecidos como movimento Gezi (por terem decorrido no Parque Taksim Gezi), que tomaram maiores proporções em 2016, altura em que foram considerados de conspiração para tentar “derrubar o Governo”.

Em Dezembro de 2019, o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (CEDH) pediu a sua “libertação imediata”, mas Osman Kavala continua na prisão até pelo menos 26 de Novembro, de acordo com uma decisão de um tribunal de Istambul.

Na sequência dessa recusa e do aumento da tensão com esses países, o Conselho da Europa ameaçou recentemente impor sanções à Turquia já na sua próxima sessão (que decorre entre 30 de Novembro a 02 de Dezembro) se o opositor não for libertado até essa altura. Fonte: DW

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