Saudando o dia da Paz

Estive a acompanhar várias intervenções. Quase todas elas, excepto as dos formalistas que dão mais do ao “celebracionismo” do que à reflexão concreta sobre o presente e o futuro, salientaram o desperdício que foi o termos tido 20 anos de paz de armas, num país privilegiado em termos de recursos, sem termos dado os passos fundamentais para vencermos a batalha da fome e da indigência (até laivos de imoralidade), afectando grandes faixas da população. 

Na minha óptica, mais se falou das consequências do que das causas. Talvez porque se acredite que as próximas eleições, por uma varinha mágica, venham reverter uma situação que, se não bateu no fundo é porque, certamente, fundo não existe. Apesar de ser natural porque, especialmente, a fome e o desemprego generalizado pouco se compatibilizam com tergiversações periféricas, isso preocupa-me. É preciso que nós os que ainda não estamos profundamente afectados, nos empenhemos na catalogação das causas dessa situação para que, independentemente de quem nos venha a governar, depois das eleições deste ano, comecemos a inverter esta situação, quase insustentável. 

Por isso, como muitos dos meus seguidores sabem, aderi à ideia da realização de um “Congresso da Nação” que já não terá por sub-designação “pensar Angola”, expressão que afinal, já havia sido “privatizada”. Mas se o que interessa é mesmo mais o conteúdo do que as formas, continuaremos a tentar trabalhar com todos para a Paz que deveria acontecer depois do calar das armas. Para isso é preciso coragem. Desvincularmo-nos dos que brincam com o sentido das palavras, como “anotar”, “legitimar”, “legalizar”, etc, etc… para artificializar a perpetuação de conflitos perfeitamente evitáveis. 

Parece que finalmente o Presidente JLO ganhou esta coragem. A ver vamos. E no nosso campo, o dos juristas, gostei da coragem do bastonário da Ordem dos Advogados, na abertura do ano judicial. É assim mesmo. Ninguém perderá uma asa.  E todos deveremos voar para o fim da ideia de que uns poucos foram eleitos para poderem “privatizar” a justiça, a comunicação social pública (e até privada), a economia, as finanças, as polícias, etc. etc. o que é afinal a causa das causas da situação que vivemos.

Abraço fraterno e pacífico.

In Facebook

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

PROCURAR