Há algo quase psicopático na relação entre a França e a África. Primeiro, a França é viciada na pilhagem e exploração da África desde a era da escravidão. Depois, há essa completa falta de criatividade e imaginação da elite francesa para pensar além do passado e da tradição.
Por fim, a França possui duas instituições completamente congeladas no passado, habitadas por “altos funcionários” paranóicos e psicopatas. Eles espalharam o medo do apocalipse se a França mudasse a sua estratégia. A sua referência ideológica remonta ao século 19: são os ministros de finanças, orçamento e assuntos externos da França.
Essas duas instituições não são apenas uma ameaça para a África, mas para os próprios franceses. Cabe a nós, africanos, nos libertarmos sem pedir permissão. Porque ainda não entendemos como 450 soldados franceses na Costa do Marfim conseguiram controlar o destino de uma população de 20 milhões de pessoas? A primeira reacção das pessoas quando descobrem a existência do imposto colonial francês é fazer a pergunta: “Por quanto tempo?”
Como comparação histórica, a França cobrou ao Haiti o equivalente a US $ 21 bilhões entre 1804 e 1947 (quase um século e meio) pelas perdas causadas aos comerciantes de escravos franceses pela abolição da escravidão e a libertação dos escravos haitianos. Os países africanos pagam o imposto colonial há apenas 50 anos, para que possa durar mais um século!
Djéhouti Sa-Ousirê
13 de agosto de 2018
