CONTRIBUIÇÃO DE BENGUELA NA OFERTA DE PRODUTOS AGRÍCOLAS

“É chegado o momento de nos erguermos, como guardiões do nosso próprio sustento, de cultivarmos as nossas terras com esperança e determinação, de inovarmos as nossas práticas agrícolas, para garantir a qualidade e a diversidade dos alimentos que chegam às nossas mesas”.

A  exaltação foi do Governador de Benguela, Luís da Fonseca Nunes, que na quinta-feira/16, procedeu a abertura da campanha agrícola, no decorrer de um concorrido acto organizado no vale da comuna de Cubal do Lumbo, no muncípio do Bocoio, local que serviu também para exibição, numa feira, do potencial  agrícola dos diferentes municípios, incluindo da prestação de serviços, assistência técnica e comercialização de imputes e insumos que concorrem para o funcionamento da cadeia produtiva do sector.

Para o Governador de Benguela, “só assim poderemos nos transformar em verdadeiros arquitectos do nosso destino alimentar, jornada que começa em cada campo que se cultiva”. Para o efeito, assegurou que, “para atingir esse desafio ambicioso, o Governo está comprometido em continuar a fornecer o apoio necessário, direccionando políticas, simplificando processos e investindo em infraestruturas, para facilitar a produção agrícola em todas as suas formas”.

O Governador Luís Nunes assegurou por outro lado, que a governação está empenhada em “proporcionar um ambiente favorável, para que os agricultores prosperem, através do fortalecimento da cadeia de abastecimento, escoamento e logística, e garantia, para que os produtores tenham acesso fácil aos fertilizantes, sementes de qualidade e outros insumos necessários”. E referiu-se também ao acesso “facilitado de mobilidade, por forma a que possam fazer chegar os seus produtos aos grandes centros populacionais, através da permanente e necessária intervenção nas vias de comunicação, que ligam as sedes comunais às sedes municipais”.

Reiterando o reconhecimento da importância e do papel desempenhado pela agro-industria do sector empresarial, o Governador Luís Nunes garantiu, igualmente, que a “governação está empenhada em facilitar e desburocratizar os processos relacionados com a concessão de direitos de superfície, para que os titulares das terras possam, com maior garantia, exercer a sua actividade”.  

Para o Governador Luís Nunes, o apoio “claro e inequívoco” do Governo no fomento da agricultura nas suas diferentes formas (familiar, cooperativa e empresarial) “são pilares fundamentais na prossecução da diversificação da nossa economia, e desempenham papel crucial para garantia da segurança alimentar, na promoção do desenvolvimento rural, na garantia da autossustentabilidade das famílias e criação de emprego”.

Feira demonstrativa do potencial agrícola de Benguela

O MUNICÍPIO DO BOCOIO É O CELEIRO

Situado a pouco mais de 100 km a Norte da sede provincial, o Bocoio tem 5 612 km² e cerca de 65 mil habitantes. Limita a Norte com os municípios do Sumbe e do Cassongue, a Este com o município de Balombo, a Sul com os municípios de Ganda e Cubal e a Oeste com os municípios de Lobito e Benguela. Étambém um marco da diferença entre o litoral e o interior, ou seja, do seco argiloso e por vezes agreste que caracteriza a zona ao nível do mar, do início das terras férteis e das chuvas constantes depois de subirmos a cordilheira rochosa do Pundo, que, como agora, dão lugar a verdejantes campos com um leque diversificado de culturas, embora, tal como noutras paragens, também nos desagrade a excessiva quantidade de sacos de carvão, o que significa o aumento da desmatamento de espécies. Não se trata propriamente de um exercício resultante da excassez de recursos, mas sim de acesso fácil à dinheiro. Quem produz o carvão são fundamentalmente homens, mas quem comercializa ao longo das estradas nacionais e mesmo nalgumas terciárias, são mulheres.

E foi exactamente pelo seu potencial como um dos principais celeiros da província, que o tornou na principal referência geográfica na opção para a abertura do ano agrícola 2023/24.  De acordo com o seu administrador municipal, Herculano Neto, para esta nova etapa do desenvolvimento agrícola, o Bocoio conta com o envolvimento de mais de 21.823 famílias, muitas das quais integradas em cooperativas e associações.

A previsão de área semeada é de mais de 32.730 hectares, e espera-se uma produção estimada em mais de 40.820,5 toneladas de produtos diversos. Para melhor acompanhamento e distribuição de insumos e dos imputes da parte das estruturas administrativas locais, as autoridades municipais trabalharam para a criação de 87 cooperativas, das quais 32 já estão legalizadas, bem como 29 associações.

REPOSIÇÃO DA PONTE SOBRE O RIO CANJOLO II 

Para além de presidir a 2ª Reunião Ordinária do Governo Provincial, nesta sua deslocação de dois dias ao Bocoio, acompanhado de quase todos os seus auxiliares e administradores dos demais municípios, o Governador Luís Nunes, sob forte chuva que por esta altura ‘fustigam’ o Bocoio, deslocou-se à localidade da Chila e ao rio Canjolo II, onde verificou o estado degradante da ponte, que ruiu faz tempo e em época chuvosa, dificulta a transitabilidade de pessoas e de meios. 

Sobre essa ponte, o Governador Luís Nunes assegurou que já decorre contacto com o empreiteiro que fez a inaugurada recentemente na Hanja, pelo que está convencido que no terceiro trimestre de 2024, a obra estará concluída.

Contudo, a preocupação põe-se em relação à outros casos, e o Governador Luís Nunes recordou que prometeu que durante a sua governação, uma das prioridades é de assegurar a ligação entre as sedes municipais e todas as comunas, o que, como deixou claro, está a ser feito com a recuperação e construção de novas pontes, passagens de águas e outras infraestruturas, e o Bocoio, pela sua característica agrícola, tem merecido atenção particular.

Entretanto, durante a abertura do novo ano agrícola, a Agência Nacional de Acção Contra Minas procedeu à certificação de que o Bocoio está praticamente livre de ‘contaminação’ de objectos explosivos não detonados. Com a colaboração da Hello Trast, já foram desminadas quase todas as zonas do primeiro levantamento realizado após o fim do conflito armado, mas, por razões de segurança, será feira uma reavaliação, tendo em conta que, recentemente, na região do Bocoio, foi detectado uma mina, o que pressupõe a existência de mais.

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