O salário máximo, actual, de AOA 607.874,00, que até 2017 seria equivalente a cerca de USD 6.078,74, hoje equivale a 674,00 euros (USD 727,00 ). Isto é: Reduziram as pensões já pagas pelos pensionistas ao câmbio antigo, em menos de 90 vezes. Isto é um roubo.
Numa das minhas abordagens, perguntei, se os reformados estariam a ser roubados. Parte da resposta chegou-me agora, se não for “fake news”, num comentário abaixo, atribuído a Carlos Rosado de Carvalho, posto a circular por internautas, embora se trate de um pronunciamento feito em 2020, enquando colaborador de uma estação televisiva nacional.
Uma das afirmações atribuídas ao jornalista, dá conta da aquisição, pelo Estado, de 20% das ações da MOVICEL. Não encontrei nas minhas pesquisas a quem pagaram. A não ser que o General Kopelipa (os pares estão salvaguardados), tenha passado as ações para um “testa de ferro”. O General Kopelipa teria um processo e a comunicação social púbica alardeou, que iriam retirar-lhe tudo que fosse alavancado com dinheiros do Estado, (no caso SONANGOL).
Teria por acaso acontecido, como na venda das ações da PUMANGOL, onde o triunvirato (Manual Vicente, Dino e Kopelipa) foi regiamente pago pelo actual Executivo, por algo que não pagaram ao Estado e já teriam sido constituídos arguidos por crimes de “colarinho branco”?
Será por erro no sistema informático, que em vez de cobrarem ao triunvirato ainda lhes paguem?
E onde estão os 390 milhões de dólares da venda de 10% das ações na TRAFIGURA (ficou com 5%), que o General Dino vendeu, durante o mandato do actual Chefe do Executivo (vide OBSERVADOR, 28/9/2021)?
Afinal, o Executivo prometeu e bem, retomar as privatizações dos activios do Estado, porque “menos Estado, melhor Estado”, para captar receita. O PR até declarou, após a sua tomada de posse, em 2017, que encontrou os cofres vazios, mas fazem o contrário, para salvaguardar os interesses de quem?
Nessa senda, em Janeiro de 2018, possivelmente por ordens superiores, iniciou-se a desvalorização acelerada do Kwanza, precedida da medida de desindexação do kwanza ao dólar.
Porém, o despesismo com luxos exagerados (luxos na miséria), como compra de frotas de viaturas topo de gama, aluguer de aviões topo de gama, etc… continuam. Enfim, andam todos “esticados”, à custa do dinheiro do bolso dos contribuintes. Em linguagem corrente, tratando-se de um homem a viver à custa de uma mulher, ou vice-versa, dir-se-ia, que nos andam a “ xular”.
E que culpa têm os reformados?
Como poderemos verificar no quadro abaixo, em 2016 o salário mínimo nacional, desde 2014, nos termos do Decreto Presidencial nº144/14 de 9 de Julho, variava entre AOA 14.496,00 e AOA 22.500,00 (USD 229,99).
De acordo com o Decreto Presidencial nº 145/14, o salário mínimo dos pensionistas foi fixado em Kz 21.416,50 (USD 219.00 /duzentos e dezanove dólares). Actualmente, esse valor é equivalente a USD 25.62 (vinte e cinco dólares e cinquenta e dois cêntimos). Isto é: o salário mínimo com a inflação e o poder de compra a multiplicar, vale 10 vezes menos em 2024, do que há 10 anos atrás.
A isto não se chama retroceder. A isto chama-se bater no fundo do poço, ou estar com a corda ao pescoço, prontos para os (reformados) enforcarem-se. É só ver o que acontece com a população que disputa os contentores do lixo diariamente, algo jamais visto nem durante o período de guerra.
O salário máximo, actual, de AOA 607.874,00, que até 2017 seria equivalente a cerca de USD 6.078,74, hoje equivale a 674,00 euros (USD 727,00 ). Isto é: Reduziram as pensões já pagas pelos pensionistas ao câmbio antigo, em menos de 90 vezes. Isto é um roubo.
Hoje, o salário máximo e as pensões máximas em Angola (já há muito bem pagas e renderam bons juros, são inferiores ao salário mínimo em Portugal, que é de USD 780,83. A excepção da Guiné Bissau, Angola é o país dos PALOP com o menor salário mínimo, o que é vergonhoso.
Por favor, rogo ao Poder Executivo para reflectir mais e melhor o país com consultoria nacional, a menos que pretendamos entregá-lo, em futuras eleições, a alguém naturalizado dos que nos invadem, ou proveniente de uma ilha dos PALOP.
