Mais uma carta para o meu querido presidente JLO

Querido e estimado conterrâneo:

Não lhe escrevi mais cedo, porque ainda me encontro a recuperar da sacanagem que fizeram com o nosso irmão Lewis Hamilton. Estava a ver que não chegava ao Natal. Ainda pensei falar contigo para metermos o Tribunal Constitucional lá do sítio no barulho, para anular aquela corrida e mandar repetir. Mas a Mercedes não quis.

Quanto aquilo no dia 10, parece que não foi como previas, não é?  Muitos convidados vip fugaram. Mas não liga a isso, porque os que foram, chegaram e sobraram. Até tiveste que fazer uma rave no 11 de Novembro, com os bailarinos do Don Afonso Nunes que depois vai ter que ir tratar das costas mais uma vez em Portugal.

Vi mesmo, que ficaste empolgado. Até falaste do Messi. Disseste que a bola de ouro da paz que ele recebeu, em 2001, é do partido. Só não entendi, se as palmas em grande escala no momento eram para o Messi, ou para o que tu disseste.

Agora o que mexeu mesmo comigo, foi essa visita de pai Natal no dia 24, para entregar a prenda ao teu amigo oculto. Eu ia no carro a ouvir a rádio nesse dia, e quase tinha um acidente. Mas me diz ainda uma coisa: pela foto, apanhaste o Messi no balneário? É que ele entrou em campo para jogar e nem sequer teve tempo para calçar as chuteiras. Aliás, eu até acho que o equipamento foi vestido às pressas e nem uma mascarazinha básica usou. Assim mesmo, foste desejar-lhe um feliz Natal e muitos anos de vida, ou quiseste mostrar a Sílvia Lutucuta que o kota não segue as medidas de segurança? E aqueles dois que também estavam lá, são tradutores de espanhol-português? Assim, levaste testemunhas ou era para te acudir porque pensaste que serias recebido com ‘bilô’? 

A prenda que levaste não deveria ser um indulto zinho básico para os putos? Eu acho que seria uma jogada de mestre! Imagina só o que seria esse Natal do kota, se chegasses com as meninas (Isabelinha e Tchizé) uma de cada lado o rapaz (Zeno) atrás levando as prendas, e os netinhos a correr pela casinha? Até só de falar, já estou com “uma lágrima no canto do olho”. Com esse gesto serias nomeado o pai Natal do ano e podes crer, conhecendo este povo melancólico como eu conheço, o Tio Celito ficava no cafrique. Agora, da forma como entraste, com aquela velocidade, se eu não soubesse da notícia pela radio, primeiro ia pensar que estavas a ir prender o Messi pessoalmente, porque não estava a obedecer as medidas do cota Franco Mufinda. Imagino agora a cara do talibam que esta a gerir a TPA, porque não teve como impedir a divulgação da reportagem, com o Messi em primeiro plano. 

Mas, mudando de assunto, me diz ainda no ouvido, se com essa finta que nos deste com os barcos de comida estás a pensar mesmo bem? Então, quando falaste que a “fome é relativa” já tinhas comprado o pitéu para nós, não é? Sim, porque não tem barco que acelera tipo Hamilton.

E tem mais: escolheste porquê o milho chegar primeiro? Assim, só porque na bandeira da oposição grande tem lá um que gosta deste produto, queres lhes agradar tipo como fizeram com os motoqueiros? Ou é a contar já com os festejos da vitória antecipada nas eleições?

Meu conterra não joga assim. Muda de treinador como fez o Benfica. Com essas jogadas mal ensaiadas, vais para a final, em Agosto, mal preparado. Essa nova geração tem fome mesmo é de emprego. Assim estás a ajudar a aumentar o desemprego no campo e nas fazendas onde se produz milho. Vais ver. Comida no país tem. O que falta mesmo, é o tal dinheiro para comprar. E esse, só com emprego. 

Também ouvi, que até sal mandaste vir, quando há montanhas de sal aqui na nossa terra. Ou então estás a levar a letra aquilo que diziam que, o colono levou as plantas de sal? Mas é pá, como dizia a minha avó, “cada com a sua mania”.

Estou a ir, faltam poucas horas para 2021 bazar. Vou lhe espremer bem. Não esquece a meia-noite de comer as 12 passas (escolhe de uva bem grande), porque o teu desejo, se é o que eu estou a pensar, tem mais um que também vai pedir. E aquilo não tem como dividir.

Um abraço de boas entradas para todos os angolanos e que 2022 seja um ano memorável.  E felicidades para todos nós, independente de quem ganhar. Ganhamos todos, em honra dos que já partiram. 

Do alfaiate Hauzer Benchimol

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