O mundo moderno, vive hoje um novo estádio denominado “Era da Comunicação”. Esta característica resulta do facto de que hoje o desenvolvimento humano e social, está interligado as diferentes formas que o homem criou para se comunicar.
Nota-se nas tecnologias de comunicação e nos meios de transporte. Enquanto responsável da sua aldeia global, o homem viveu diferentes períodos e com eles adquiriu aprendizados, desenvolveu diferentes capacidades para realizar actividades que garantissem a sua sustentação.
Ao analisar a historicidade da sua constante evolução, descobriu-se que o homem do século I não é igual ao do século XVIII e que o do século XVIII não é igual ao do século XXI. Encontramos uma grossa diferença entre eles, pois cada um deles viveu de acordo a cultura e a ideologia predominante em sua época. Desde o período da descoberta do fogo, da caça, da agricultura etc., entendemos por meio destes factos a demonstração de que a raça humana cresceu extraordinariamente e, não obstante o seu crescimento, adaptou-se com os tempos de bonança e tempestuosos. Neste itinerário ao longo da sua vida, encontra-se a revelação que o homem se obrigou a mudar de tempos em tempos o seu modo de fazer as coisas, e quando referenciamos o modo de “fazer as coisas” pretende-se, em síntese, julgar a sua cultura, àquela que é a sua identidade.
O avanço tecnológico de alguns países asiáticos, representa um modelo com realce para os do terceiro mundo. Singapura, país asiático, por exemplo, no âmbito do seu desenvolvimento tem diminuído a intervenção dos recursos humanos com o uso das TICs na realização de certos trabalhos. Isso é visto nos serviços de segurança pública, câmeras robô que circulam pela cidade para vigiar e garantir a segurança nacional. No sector sanitário, os serviços de assistência de saúde são prestados por máquinas robôs monitorizados, que realizam as tarefas de um enfermeiro. Isto sem falar da quantidade de material tecnológico no sector da educação, usados desde o ensino de base. Se os asiáticos crescem e alguns países são influenciados por este exemplo, concorda-se claramente que o desenvolvimento é importante e fundamental para as sociedades. Hoje, o desenvolvimento à nível do mundo representa a consequência da globalização, que é o sumário dos governos, a máxima representatividade de uma cultura universal.
É legitimo afirmarmos que o fenómeno da globalização é a padronização da cultura? Ou que ela seja a cultura mundial? E no microscópio das sociedades em desenvolvimento, como são as sociedades sem a cultura da globalização? Bem, as próximas alíneas representam uma comunicação dedutiva sobre a tentativa de explicação do fenómeno da globalização como cultura internacional. A compreensão do assunto inicia-se ao desmanchar seus constituintes.
A palavra globalização deriva de dois termos, globalizar + ação. Fonte de busca, (app Dicio, versão 1.13.9-610093), globo significa terra; designação do planeta, do mundo, representação do planeta terra, de um astro, planeta ou corpo celeste. Ao que se atribui ao sufixo ‘ação’: significa agir; tudo aquilo que se faz; manifestação de uma força agente; a ‘ação’ das leis sobre a sociedade, o que acontece…
Compreende-se por globalização o processo que ocasiona uma integração, ou ligação estreita, entre economias e mercados, em diferentes países, resultando na quebra das fronteiras entre eles. Adicionamos um outro conceito mais abrangente que se caracteriza no processo de INTEGRAÇÃO política, económica e CULTURAL mundial, marcado pelos avanços no meio de comunicação e transporte.
Junto do termo cultura, uma palavra bastante ampla em termos de significação, é preferível limitar o seu conceito dado ao contexto. Para o professor Rogério Tilio 2009, ao analisarmos o surgimento da palavra e suas implicações sócio-histórica, a definição mais formal no âmbito da antropologia atribui-se ao antropólogo britânico Edward Brunnet Tylor (1832-1917) que usou o termo germânico Kultur, que simbolizava todos os aspectos espirituais de uma comunidade e Civilization, palavra francesa que referia as principais realizações de um povo para sintetizar a sua. Para Tylor, cultura no sentido vasto, é todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, o direito, os costumes e as outras capacidades adquiridas pelo homem enquanto membro da sociedade. Tylor abrangia em uma só palavra, todas as possibilidades de realização humana, além de marcar fortemente o carácter do aprendizado da cultura em oposição à ideia de aquisição inata, transmitida por mecanismos biológicos. (Laraia. 1986, p. 28-29).
Com esta visão clara da cultura sendo a expressão da totalidade humana, afirmamos que, toda ‘ação’ do homem é uma forma de manifestar a sua cultura por intermédio do seu pensamento. E quando aproximamos globalização e cultura, designam a troca de características culturais das sociedades, por meio da circulação da informação. A linguagem, os valores, o modo de vida, hábitos alimentares, vestimentas, tradições, religiões e crenças, são influenciados por este fenómeno chamado globalização.
Propor a globalização como cultura internacional, pressupõe o entendimento das suas partículas explicadas de forma sistematizada que é cultura e globalização, INTEGRAÇÃO e CULTURA. O mundo hoje é a representatividade da interconectividade global dentro da transculturalidade dos povos. Ou seja, o mundo hoje é a consequência da ligação entre os povos.
A cultura da globalização está presente em nossas casas desde a cama, a cozinha, os utensílios domésticos entre outros. Está presente na sala, no serviço, na nossa mobilidade, na escola e nas universidades por meio da estrutura e do seu funcionamento.
A religião por meio do cristianismo e o islamismo, duas grandes religiões mundiais, representam também a caminhada de um padrão religioso universal. O inglês, é considerada uma língua global e padrão linguístico para o intercâmbio dos povos. O uso da aliança nos casamentos, o crescimento da moda, são formas do avanço da cultura internacional. Esta cultura padronizada está também na educação por meio da escola.
As percentagens da globalização nas nossas práticas costumeiras, indicam a possibilidade de 70% dos nossos hábitos na sociedade.
Esta cultura internacional que se expandiu e continua, deve-se ao papel contínuo-desempenhado pelo Ocidente, que começou por expandir a Cultura Ocidental na sequência do descobrimento das novas terras do mundo. A Europa, sempre foi o maestro deste coral. Os meios de comunicação, tal como a Internet e as TICs, são grandes coniventes desta grande aceleração da globalização.
A globalização está nas guerras e nos discursos políticos, quando líderes pregam a adaptação ao fenómeno do Globo, na acessibilidade de interação em qualquer parte do mundo, na culinária internacional etc…
Embora ela seja a cultura dos tempos actuais, ela não é uma amortização total das culturas não ocidentais. No intercâmbio ou na relação de uma cultura ocidental e uma não ocidental, o homem depara-se com duas identidades: uma que é a sua e outra não sua, onde, de forma indirecta, sem passar por um processo instrutivo, poderá adoptar uma outra cultura por consequência das necessidades quotidianas. Nesta relação o homem passa por uma transmutação no modo de fazer e ver o mundo, sendo a cultura à expressão da totalidade humana.
Como são consideradas as comunidades resistentes a esta padronização ocidental dita globalização? Estas sociedades são caracterizadas de sociedades desactualizadas, estáticas ou caducas. Um homem contemporâneo, é aquele que segue e vive as dinâmicas da globalização, chamado de actualizado. As sociedades não actualizadas encontram problemas na sua relação com outras sociedades e o seu desenvolvimento é lento.
Por outras palavras, aceitar a globalização como moeda é escolher à integração cultural, política, económica, para o desenvolvimento do homem e da sociedade, e deve-se reter a ideia de que é importante que o desenvolvimento do homem e das sociedades, esteja ligado com o melhoramento das condições de vida das pessoas.
29 de Julho 2023.