Ano Novo, Vida Nova
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Não gostaria de terminar o ano sem desejar aos meus familiares, aos meus amigos e aos leitores de um modo geral, a todos os que me acompanham há anos na vida e nesta coluna, os melhores votos de saúde, paz e felicidades para o ano de 2024. Também, e como não podia deixar de ser, o melhor para a nossa querida Angola. Nossa terra bem-amada. Oxalá consigamos todos alcançar o que desconseguimos nos anos que ficam para trás. Mais do que um postal de Boas Festas, esta é uma mensagem com sabor a despedida. Também de agradecimento a todos os que me têm dado alguma atenção ao longo dos tempos. Despedida e agradecimento porque, uma vez mais, a terceira em trinta anos, vou colocar um interregno, talvez mesmo um ponto final na minha presença aqui. Mas, e já que estou aqui, não gostaria de suspender a minha participação sem manifestar o que sinto. Neste espaço onde tenho dividido o meu pensamento, as minhas ideias e especulações, as minhas mágoas e esperanças com muita gente; neste sítio onde, desde que as redes sociais se expandiram, dizer um bom dia à malta, constituiu sempre uma obrigação para mim; mesmo que parte significativa dessa malta não tivesse correspondido ao gesto e ao cumprimento, mas que ainda assim me deu sempre uma enorme satisfação fazê-lo. Não queria, pois, tomar esta atitude sem me justificar. Faço-o por cansaço, devo admitir, da mente, do espírito e do físico, também por decepção e desencanto pela sociedade que todos juntos, mas nem sempre misturados, construímos, ponto final. Uma sociedade incapaz de seguir pelos caminhos da minha preferência, os que sempre idealizei como os melhores.
Desisto mas continuo, como é óbvio, atento ao que se passa no país, embora recolhido no meu canto e nas minhas cogitações. Sem manifestar publicamente o que penso das pessoas e das instituições. De algumas, principalmente, que me decepcionam diariamente, de quem chego a sentir dó e alguma reserva. Esperando delas meditação, bom senso e, pelo menos, arrependimento. Aos que esperavam de mim outra atitude, desde já, apresento as minhas sinceras desculpas.
Renovo as minhas despedidas. Um abraço fraterno a todos os meus amigos e leitores. Até um dias destes, onde quer que nos encontremos.
Luanda, 31 de Dezembro de 2023