Já se passaram cerca de 48H00, sobre a escandalosa notícia veiculada pelo Club-K, que dá conta da apreensão da carga de “uma caravana de veículos pertencentes à Casa Militar do Presidente da República”, ocorrida no dia 22/10/2024, na Vila do Capenda Camulemba, na província da Lunda Norte. Todavia, o ‘silêncio sepulcral’ do órgão de Comunicação de Imprensa da Presidência da República, transformou-se num enorme “ruído” nos cérebros dos mais lúcidos. Verdade, ou mentira?
Segundo a fonte, “a carga apreendida consistia em cobalto, minério estratégico de alto valor, contrabandeado da República Democrática do Congo e introduzido em território angolano através da província do Moxico”.
A ser verdade, dependendo do tempo a que eventualmente duram tais “operações”, essa constatação ultrapassa o recente escândalo do contrabando de combustíveis, por altas individualidades no regime vigente, que dista de há longos anos.
Tal acção, só rivaliza com o escândalo dos bilhões de dólares da máfia ligada ao provável “testa de ferro” Major Lussaty, para além das luxuosas propriedades, em posse desse grupo de crime organizado, dentro da própria Presidência da República. De recordar, que as notas de dólares encontradas no aeroporto e em residenciais, eram novas, só com o rosto do Presidente António Agostinho Neto, assim como as notas de dólares americanos.
Nesse caso, a ponta do “iceberg” foi o “ridículo” chefe da banda de música do PR, um Major de nome Lussaty. O estranho, é que no topo da hierarquia, um dos ex-chefes adjuntos do major Lussaty, por coincidência irmão do Chefe do Executivo, foi o único que não foi demitido, na “luta contra a corrupção”. Por coincidência, ao general Sequeira Lourenço, foi concedida a possibilidade de aquisição de aeronaves, (porque não serviam nem a TAAG desmantelada, nem a moribunda SONAIR), por ajuste directo, não sabemos a que preço, pelo Despacho n.º 47/18 de 12 de Fevereiro, do ex-ministro das Finanças, Archer Mangueira.
Todavia, as referidas aeronaves têm servido estes anos, para andar para trás e para a frente entre Angola e RDC.
Da mesma forma, durante o processo judicial do caso Lussaty, para além das mortes estranhas e fuga de arguidos, num período de contenção financeira e cambial, o major Lussaty e um dos seus sócios, conseguiram transferir um bilião de dólares. Estranhamente, não nos recordamos que o tribunal tenha ouvido o governador do BNA em sede de julgamento, à semelhança do chamado “Caso dos 500 milhões”, que deveria ter sido tratado apenas com recurso à arbitragem.
A aparente letargia dos cidadãos angolanos, na sua maioria famintos e desnutridos, causada pela frustração, não os deveria fazer esquecer no dia do voto, quem pretende que se faça o que diz, mas não se faça o que faz.
26.10.2024