Passámos do telefone com operadora para chamadas de longa distância, para as videochamadas para qualquer lugar do mundo; passámos dos slides para o YouTube, dos discos de vinil para a música online, das cartas manuscritas para o e-mail e WhatsApp.
Se olharmos com atenção, podemos detectar o aparecimento de um novo grupo social que antes não existia: pessoas que agora têm entre 60 e 80 anos.
A este grupo pertence uma geração que expulsou a palavra envelhecimento da terminologia, porque simplesmente não tem a possibilidade de fazê-lo nos seus planos actuais.
Trata-se de uma verdadeira novidade demográfica, semelhante ao crescimento da adolescência; nessa época, que também era um novo grupo social, que surgiu em meados do século XX para dar identidade a uma massa de crianças em flor, em corpos adultos, que até então não sabiam onde ir nem como vestir-se.
Este novo grupo de humanos, que tem agora cerca de 60, 70 ou 80 anos, levou uma vida razoavelmente satisfatória.
São homens e mulheres independentes que trabalharam por muito tempo e conseguiram mudar o significado sombrio que tanta literatura latino-americana deu ao conceito de trabalho durante décadas.
Longe dos escritórios tristes, muitos deles procuraram e encontraram, há muito tempo, a actividade que mais gostavam e na qual ganham a vida.
É suposto ser por isso que eles se sentem plenos, alguns nem sonham em se aposentar.
Aqueles que se aposentaram desfrutam plenamente dos seus dias, sem medo da ociosidade nem da solidão, crescem interiormente. Eles aproveitam o seu tempo livre, porque depois de anos de trabalho, criação de filhos, necessidades, esforços e factos fortuitos, vale a pena contemplar o mar, a montanha e o céu.
Mas algumas coisas já sabemos: por exemplo, que não são pessoas estagnadas no tempo; pessoas com 60, 70 ou 80, homens e mulheres operam o computador como se o tivessem feito a vida inteira.
Escrevem e veem os seus filhos que estão longe e até esquecem do seu antigo telefone para contactar os seus amigos a quem enviam emails ou mensagem no Whatsapp.
Hoje em dia, pessoas de 60, 70 ou 80 anos, estão a iniciar uma era que “ainda não tem nome”. Antes, os que tinham essa idade eram velhos, mas hoje não são mais… hoje estão plenos, física e intelectualmente, lembram-se da sua juventude, mas sem nostalgia, porque a juventude também está cheia de quedas e nostalgia e sabem muito bem disso…
Hoje, pessoas de 60, 70 e 80 anos comemoram o sol todas as manhãs e sorriem para si mesmas com frequência… fazem planos para suas próprias vidas, não para a vida dos outros.
Talvez, por alguma razão que só os do século XXI conhecem, a juventude seja levada internamente.
A diferença entre criança e adulto é simplesmente o preço dos seus brinquedos. “A vida é para quem se dispõe a viver”:
“OS IDOSOS DE HOJE”
Nascemos nos anos 30, 40, 50, 60.
Crescemos nos anos 50, 60, 70.
Estudámos nos anos 60, 70, 80.
Estávamos namorando nos anos 70, 80, 90.
Casámos e descobrimos o mundo nos anos 70, 80, 90. Aventurámo-nos nos anos 80, 90. Estabilizámo-nos nos anos 2000. Ficámos mais sábios na década de 2010. E seguimos firmes em 2020.
Vivemos oito décadas diferentes… Dois séculos diferentes… Dois milénios diferentes…
Passámos do telefone com operadora para chamadas de longa distância, para as videochamadas para qualquer lugar do mundo; passámos dos slides para o YouTube, dos discos de vinil para a música online, das cartas manuscritas para o e-mail e WhatsApp. Desde partidas ao vivo no rádio até a TV em preto e branco e depois para a TV HD.
Fomos ao Videoclube e agora vemos Netflix.
Conhecemos os primeiros computadores, cartões perfurados, disquetes e agora temos megabytes e gigabytes em mãos no telemóvel ou IPad.
Andámos de patins e triciclos; inventámos carros, bicicletas, ciclomotores, carros a gasolina ou diesel e agora andamos em híbridos ou 100% eléctricos.
Sim, passámos por muita coisa, mas que vida maravilhosa tivemos!
Poderiam descrever-nos como “exennials”; pessoas que nasceram naquele mundo dos anos 50, que tiveram uma infância analógica e uma idade adulta digital.
Somos uma espécie de Yaheseen-it-all.
A nossa geração, literalmente, viveu e testemunhou mais do que qualquer outra em todas as dimensões da vida.
É a nossa geração que literalmente se adaptou à “MUDANÇA”.
Uma salva de palmas a todos os integrantes de uma geração muito especial, que será ÚNICA.
Mas, atenção:
O TEMPO NÃO PARA
A vida é uma tarefa a que nos propusemos fazer em casa.
Quando se olha… já são seis da tarde; quando se olha… já é sexta-feira; quando se olha… terminou o mês, quando se olha… acabou o ano; quando se olha… 50, 60 e 70 anos se passaram!
Quando se olha… já não sabemos onde estão os nossos amigos. Quando se olha… perdemos o amor da nossa vida e agora, é tarde demais para voltar. Não deixe de fazer algo que gosta por falta de tempo.
O dia é hoje!
NÃO TEMOS MAIS IDADE DE ADIAR NADA
Sempre juntos!
Sempre unidos, sempre irmãos, sempre amigos!
(Adaptado de dois autores desconhecidos)
Maravilhoso esse texto.