Quem foi que lhe incutiu tanto “medo”?

Por Carlos Ribeiro

Pra sair da colina até ali ao lado, próximo da sede da televisão partidária a.k.a. TPA ou se dirigir ao mortuário nacional (no R20, não sei porque que construíram aquele ali na Sant’ana) ou pra ir viajar ou até pra ir apanhar a Sputnik v, precisa dessa zungaria toda?

Homens armados (e que a esta altura, já deveriam estar á paisana e menos visíveis) e, camiões da segunda guerra mundial a pedirem para serem substituídos, por carros-patrulha. A única novidade, nesse show off de força da colina é, a introdução da polícia de trânsito que mais não serve senão, para intensificar o engarrafamento só porque, a caravana da colina, está a chegar às pressas, como se tivesse vindo fazer um teste de “cúdriver” mas, esqueceram o papel higiénico! Será que esse aparato todo, vindo de um órgão que não paga impostos e cheio de mordomias, se justifica?

Reza a história que o anterior, quando ainda não estava imbuído do espírito “eles comem tudo e não deixam nada”, dava jajão aos zéslipas e disfarçadamente saía lá do morro dos veados (será que alguém já avistou algum veado ali? Estou a falar de quatro patas e não de patas ao léu), para engatar ou ver, com os próprios zoulhos, como o povo sofria sem ter que esperar pelo relatório fantasiado de uns quantos sabichões do poder popular… Este, até que no princípio ainda tentou, mas, o melaço da leitura abreviada entre quatro paredes, recostado num cadeirão de massagem, chávena de chá e cookies, ar condicionado e, conselheiros nada patriotas que, lhe repassam relatórios que nada têm a ver com a realidade do país (é só vermos as reacções de espanto e incredulidade, após a leitura dos fastidiosos discursos á Nação) e, o afugentam do contacto com o povo d’Angola.

Reconhecemos que sai pouco, mas quando sai, parece que foi alforriado!!! E, a pergunta que não se cala: será que não pode reduzir a caravana? É que é tanto carro que mais se parecem, com uma falange de apoio ou então algum sabichão assessorou que, o peso e importância institucional da caravana se mede pelo número de carros. A impressão que deixam é a de que, lá nas bandas da colina, há excesso de “penduras” e, se de algum modo se pretende reduzir o número de funcionários públicos, deveria certamente começar por lá. E por falar em começar, poderia por exemplo, sair da colina para o aeroporto ou vice-versa, de helicóptero…

Até parece que não tem consciência do imenso transtorno que cria, ao redor do casco urbano, sempre que a caravana da colina sai á rua. Há dias, a saída do aeroporto, chegaram ao cúmulo de enviar a ambulância na frente, para abrir caminho, numa altura em que o engarrafamento das 07 horas da manhã, estava á “pico”! Deveria masé aprender com o primo das metrópoles. Esse, sempre que aqui vem, se comporta como um mal-agradecido inda por cima, tem o péssimo hábito de “axar” que aqui é, como lá! Dispensa, toda banga e pior ainda, obriga os kapangas a suar pra chuchu e a piorar nas assaduras das entre-pernas (aquela mer…, provoca uma baita de grandiosa comichão que termina sempre em feridas). O “desgraçado” na banga dele, provoca balbúrdia na rua, quando muito não atravessa na passadeira, engraxa os sapatos, bebe cerveja na lata, tira selfies, pisca aqueles olhos mortiços, pra as fogosas das várias faixas etárias, a pedirem engate pra pelo menos, melhorar no menú-da-vida, faz ponte na transmissão do vírus, mas ninguém tá nem aí porque afinal de contas é, um mero mortal de carne, vícios, ossos e, provavelmente, alguma sabedoria…

Da próxima vez, quando esse cambuta voltar, lhe recebe no portão da colina ou no passeio da Maria Pia e caminha com ele, para medir a pulsação popular, contribuindo também para redução de gases de efeito estufa! Lhe educa que aqui, primo nenhum te “pocaliza” principalmente no que toca a política nacional da zungaria.

Não sei de vocês, mas, eu gostava bwé do wee da fila do frango frito e que respeitava o sinal vermelho. Inspirava certezas de que, talvez “vá” corrigir algo e fazer de conta que também, poderia melhorar, outro algo. Hoje, é só mais do mesmo! Por isso pergunto: “quem foi o espertalhão que lhe incutiu tanto medo”?

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

PROCURAR