Ficará nos anais da história, não apenas de África, mas do mundo, como o estadista que com eles negociou, mas nunca se vergou às grandes potências, quando se tratou de proteger o território do seu país e de não prejudicar o pão do seu povo.
Faz dois anos que o Presidente José Eduardo dos Santos nos deixou. Faz dois anos que aprisionaram o seu corpo em cativeiro, sem direito a visitas, nem sequer da família mais próxima, sob o olhar silencioso dos falsos amigos, do corpo eclesiástico dirigente da igreja católica e dos pastores, protestantes e kibanguistas, a quem restituiu a dignidade, retirada durante a liderança do Presidente Agostinho Neto.
Faz dois anos do passamento físico do Presidente José Eduardo dos Santos, cujo corpo continua cativo, sob o olhar silencioso dos seus camaradas do MPLA, que se enriqueceram sem justa causa e atribuíram-lhe as suas culpas, por recearem manifestações daqueles que se sentem seus órfãos e não são poucos.
Amado por uns, odiado por outros, o Presidente José Eduardo dos Santos, quer queiramos ou não, foi um dos maiores políticos africanos. O Presidente José Eduardo dos Santos, ficará nos anais da história, não apenas de África, mas do mundo, como o estadista que com eles negociou, mas nunca se vergou às grandes potências, quando se tratou de proteger o território do seu país e de não prejudicar o pão do seu povo.
O nome do Presidente José Eduardo dos Santos, ficará para sempre ligado, não só a história da independência de Angola como seu 2º Presidente, mas também às independências do Zimbabué, da Namíbia e da África do Sul, na qualidade de Comandante em Chefe das Forças Armadas Angolanas. José Eduardo dos Santos, foi o timoneiro dos antigos combatentes das FAPLA, hoje abandonados, após derramaram o seu suor e o seu sangue, pela solidariedade aos povos da África Austral, pela estabilidade da África Central e da região dos Grandes Lagos, elevando o nome de Angola.
O Presidente José Eduardo dos Santos, transformou de facto Angola, num canteiro de obras. Até 2016, era uma vaidade ser reconhecido fora de Angola como angolano; os humildes camponeses e as zungueiras puderam viajar pelo mundo fora, na compra dos seus insumos e produtos. Milhares de filhos de operários e camponeses, puderam usufruir de bolsas de estudos e concluíram as suas formações, fora e dentro do país.
O Presidente José Eduardo dos Santos, dirigiu a reconstrução do nosso país, deixado em ruínas pelos bombardeamentos dos sul africanos e pela guerra de guerrilha a partir de 2002, e ajudou a desenvolver os países vizinhos, nomeadamente, Congo Brazzaville (intervenções no Aeroporto de Ponta Negra, construção de um bairro para funcionários, etc.), São Tomé e Príncipe (maior projecto agrícola, fornecimento de combustível, defesa da soberania, renovação e modernização do aeroporto, salários para a função pública), assim como sempre apoiou outros países independentes de língua oficial portuguesa, designadamente, Moçambique (combustível e pescado), Cabo-Verde (combustível), Guiné-Bissau (combustível e salários da função pública).
Dirigiu a reconstrução de pontes e de estradas, que até 2016 já foram a nossa vaidade e hoje se dizem descartáveis, porque tem 22 anos e não têm recebido manutenção. Construiu centralidades por todo o país com vários tipos de habitação e serviços conexos. Mas a sua maior mostra de humanidade, perdoou quem matou, quem roubou, quem o ofendeu. Eu não o faria, porque quem não acaba com as cobras, acaba comido por elas.
Quer queiramos, quer não, José Eduardo dos Santos, foi um líder visionário, brilhante, humilde, com deontologia profissional e um bom chefe de família. Foi o pai “mais maternal” até ao fim, como alguns dos seus filhos assumiram.
Presidente José Eduardo dos Santos, que a sua alma descanse em paz entre o resplendor da luz divina!
07.07.2024