.“Temos em Angola empreendedores e empresários de elevado valor, capazes de assumir riscos e de avançar com projectos empresariais de modo a torná-los rentáveis e eficientes, num ambiente de competição empresarial” – Manuel Nunes Júnior
Gallianus, é a mais nova unidade de pesca e conservação do município da Baía Farta (Benguela), inaugurada nesta quarta-feira (9), pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, que se fez acompanhar da titular da pasta e dos Recursos Marinhos, Ana Maria do Sacramento Neto recebidos pelo governador provincial, Luís Nunes.
Com 147 trabalhadores, capacidade de congelação de 190 toneladas e 40 de conservação de pescado, a Gallianus Pesca está implantada uma área geral de vinte e dois mil, 384 metros quadrados, e resulta de um investimento avaliado em 14 milhões de dólares, 11 dos quais de financiamento bancário e foi construída em um ano e quatro meses.
Dispõe já de uma embarcação de 100 toneladas mas, de acordo com o seu gestor, Marco Cohen, já foiencomendada outra, de 130 toneladas, que contribuirá para aumentar a capacidade de captura e processamento do pescado, embora esteja previsto o fornecimento de pescado de outras embarcações e de unidades sediadas na Baía.
Depois do corte de fita inaugural e de visita às diversas áreas de produção, o governador provincial de Benguela, Luís Nunes, considerou que aquela unidade contribuirá para o desenvolvimento da província em particular e do país em geral, e que a iniciativa privada deve continuar a merecer o seu verdadeiro lugar para alavancar a economia, tornando assim o mercado mais competitivo e diversificado, onde as indústrias transformadoras possam ganhar mais espaço, de formas a gerar mais emprego para as populações.
Luís Nunes exaltou o desempenho do empresariado benguelense e classificou o ano que está prestes a terminar, como de viragem e reafirmou o foco do Governo Provincial no apoio às iniciativas de investimento em Benguela, tornando os processos administrativos mais céleres e eficientes, para que o crescimento económico da província seja constante, impactando positivamente na vida dos cidadãos.
Por sua vez, a ministra da Pescas e Recursos Marinhos, Ana Maria do Sacramento Neto, elogiou o empreendimento, destacando a tecnologia de ponta ali apresentada e a perspectiva futurista de empregabilidade e sustentabilidade para o processo de pesca.
O sector das Pescas e dos Recursos Marinhos, disse a titular da pasta, estão agora inseridos num contexto de economia azul, o que implica uma elevada responsabilidade com o país e com o mundo, e manifestou o apoio institucional do seu Ministério. “Vamos proteger o património marinho de Angola por via de uma pesca sustentável, através do conhecimento e avaliação da biodiversidade marinha”, realçou.
Ana Maria do Sacramento Neto recordou que a pesca extrativa tem sido alvo de más praticas e, considerou que “todos juntos devemos melhorar a fiscalização da actividade pesqueira, uma vez que as coisas estão agora mais identificadas”.
A finalizar, apelou os empresários no sentido de trazerem sempre uma estratégia de capacitação e protecção do capital humano, a todos os níveis, cuja finalidade é a de assegurar a sustentabilidade no sector.
REVITALIZAÇÃO DA BASE PRODUTIVA. A encerrar o acto inaugural da Gallianus, o ministro de Estado para Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, reafirmou o compromisso do Executivo com a revitalização da base produtiva de Angola, para o relançamento do crescimento económico e aumento dos níveis de empregabilidade.
Segundo Manuel Nunes Júnior, que representou o Chefe de Estado, João Manuel Gonçalves Lourenço, depois de o Governo ter conseguido a estabilidade macroeconómica, está-se agora a retomar a trajectória de crescimento económico interrompida em 2016. E destacou que as projecções de crescimento económico para este ano e para 2023 são positivas, sendo para isso preponderante o papel do sector não petrolífero, incluindo o pesqueiro, para que a economia esteja cada vez mais forte e sustentada.
Manuel Nunes Júnior considerou importante o papel desempenhado pelo empresariado do sector não petrolífero.“Temos em Angola empreendedores e empresários de elevado valor, capazes de assumir riscos e de avançar com projectos empresariais de modo a torná-los rentáveis e eficientes, num ambiente de competição empresarial”, enfatizou.
Com efeito, o ministro de Estado referiu que o Executivo vai implementar o Plano Nacional de Fomento das Pescas, com um financiamento aproximado de 300 milhões de dólares americanos, com previsão de implementação num período de cinco anos.
Esse plano, acrescentou, beneficiará igualmente as cooperativas que reúnam as condições de acesso às linhas de financiamento disponibilizadas para o efeito.
Manuel Nunes Júnior reafirmou que o Executivo vai implementar também o Plano de Fomento da Produção de Grãos (PLANAGRÃO), que visa o incremento da produção em grande escala de cereais, tendo como prioridades as culturas do trigo, arroz, soja e milho, com foco nas províncias do leste do país.
Do mesmo modo, fez menção que no âmbito do fomento da produção pecuária e como forma de impulsionar a actividade do sector empresarial privado, será também desenvolvido um outro plano, a ser implementado em três anos, e que será suportado por uma linha de financiamento de aproximadamente 300 milhões de dólares norte americanos.
Com isso, afirmou, pretende-se aumentar de modo significativo a produção pecuária em Angola e contribuir para a redução das grandes importações que ainda se registam neste domínio. “Todos estes projectos vão contribuir para o aumento da produção nacional, para a diversificação da economia, para a criação de mais empregos e em última instância, para a melhoria da qualidade de vida da população”, prosseguiu o ministro de Estado, acrescentando que os programas estão delineados e as fontes de financiamento estão identificadas e asseguradas.
Manuel Nunes Júnior reconheceu o desempenho dos empresários do sector das pescas, que mesmo enfrentando vários constrangimentos, sobretudo de ordem infra-estrutural, conseguem apresentar uma estrutura de custos que lhes permite praticar preços competitivos.
“Esta unidade de conservação, processamento e transformação de pescado que estamos a inaugurar, é um exemplo que ilustra bem o que eu acabo de afirmar, pois trata-se de um empreendimento que vai contribuir para o aumento do volume de negócios no sector e para a afirmação da capacidade produtiva nacional”, concluiu.
Com Angop