Numa curva, mesmo por cima do passeio lateral do Cemitério do Alto das Cruzes e encostadinho ao muro, é para autorizar a instalação de uma oficina?
Ao lado do portão lateral, por onde entram as urnas e acompanhantes dos funerais de Estado, num dos bairros que foi dos mais nobres de Luanda é para abrir uma oficina? Sinceramente!
Moro no Bairro do Cruzeiro desde os 7 anos de idade e nunca vi nada assim.
Não há respeito pelas zonas residenciais.
Depois de uma árdua luta, o então governador Aníbal Rocha, reabilitou os jardins e os largos do Município da Ingombota e da Vila Alice, que estavam um desastre. No Largo de Cambambe, Guilherme Mogas e Emília Abrantes já tinham mobilizado as crianças do bairro e com a contribuição destes únicos intervenientes, porque os outros não quiseram pagar, fez-se um parque infantil e até os buracos no asfalto foram tapados. O governador A.R. mandou melhorar.
Durante o mandato de Justino Fernandes, com a conivência da sra. Suzana de Melo, na altura administradora do Município da Ingombota, voltou-se ao descalabro. Assistiu-se à privatização da gestão dos jardins, permitindo que se instalassem bares e mercados livres de qualquer bugiganga, deixando ao fim do dia o lixo e o caos.
Um estrangeiro eritreu, que apoia o MPLA durante as campanhas eleitorais, que se diz amigo do ex governador Justino Fernandes, para espanto de todos, instalou uma oficina de reparação de estofos de viaturas e lavagem de carros, mesmo por cima do passeio do Cemitério do Alto das Cruzes. Ainda por cima, mesmo na curva de entrada ao Largo de Cambambe, que tal como todo o bairro, sempre foi sossegado. Reclamamos, mas sem sucesso.
Agradecemos ao ex governador de Luanda José Maria, que em pouco tempo de exercício, fez muito e mandou encerrar a tal oficina de uma vez por todas.
Quando o general Tavares exerceu as funções de presidente da Comissão Administrativa da Cidade de Luanda, tornaram a reabrir a tal oficina, que a pedido dos moradores tornou a ser encerrada e assim se manteve, durante o mandato de quatro ex governadores que se seguiram.
Hoje, verifiquei com estranheza e admiração, que reabriram de novo uma estação de serviço no mesmo local, isto é repito, no mesmo passeio da curva da entrada para o largo, agora com a denominação de D’ OURO DETAIL (ver foto). Será que foi sem a autorização do sr. governador Manuel Homem? Ou estarão a desautorizar as decisões anteriores correctas?
Os passeios, as ruas e as linhas férreas já não chegam para fazer mercado? Para sermos “angolanos genuínos”, não assimilados, teremos que morar todos num grande muceque chamado Luanda?
Por favor sr. Governador de Luanda, não deixe que a cidade capital se transforme em definitivo num contentor velho de lixo, onde só existem restos putrefatos que estão a dizimar a população que luta por eles, por insensibilidade e má gestão da governação.
Não podemos estar só a pensar no bolso e a deixarmo-nos pisar por qualquer estrangeiro ou angolano de ocasião por “pataca e meia”.