Assegurar que a concorrência entre os Estados Unidos e a China não se transforme em conflito, foi o objectivo que animou uma cimeira virtual realizada hoje ao mais alto nível dos dois países, para ultrapassar o ambiente de “guerra comercial” reflectida nas medidas restritivas impostas pela administração Trump.
Durante mais de três horas, Joe Biden e Xi Jinping passaram em revista as relações entre os dois países, as duas das maiores economias mundiais, que podem conhecer uma nova fase mais florescente.
Washington e Pequim parecem agora mais interessadas em reatar o diálogo e a cooperação, do que numa guerra, apesar de se persistirem algumas divergências, particularmente no lado americano, tendo o presidente Joe Biden colocado a preocupação sobre o respeito aos direitos humanos, particularmente no Tibete e em Hong Kong, mas também em relação à algumas minorias, com os uigures, na região de Xinjiang, no noroeste da China, que faz fronteira com o Paquistão e o Afeganistão. Mas, Xi Jinping deu pouca relevância as questões colocadas por Joe Biden e em relação a Taiwan, deixou uma vez mais claro que defender a sua independência, é “brincar com o fogo”.
Mas a China hoje é de facto uma potência inimaginável, está como nenhum outro país, ligada em rede, a enriquecer, globalizada, esmagadoramente mais urbana. E os chineses a viajarem e em interação com o mundo, como dá conta Guilherme Valente num texto de opinião publicado na versão online do jornal o Sol.
Para o articulista, as motivações protagonizadas por Xi Jinping são cosmicamente diferentes das impostas por Mao. Passaram a ser ‘formar’ e encontrar os mais bem preparados, os melhores, os que possam contribuir para fazer uma China cada vez mais rica, cientificamente avançada, respeitada no concerto das nações. Promovendo numa sociedade de grande mobilidade o controle das ‘moscas’ (que, como avisou Deng no início da abertura, «entram sempre algumas quando se abre uma janela para entrar ar fresco»).
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