COMUNICAÇÃO, NEGOCIAÇÃO E TRATADOS ENTRE OS GOVERNOS

Hoje, o continente africano é mais atractivo e relevante do ponto de vista geopolítico e geoeconómico, relativamente ao período de domínio colonial e de décadas após as independências, isto em parte devido à sua evolução diplomática

POR LEONARDO QUARENTA*

Num mundo cada vez mais globalizado e multicultural, as relações internacionais vão seguindo ritmos estratégicos diferenciados nas suas mais variadas dinâmicas de cooperação bilateral e multilateral entre os Estados, entre as organizações regionais, internacionais e organizações não-governamentais, de modo a possibilitar a concretização dos seus interesses nacionais e multilaterais, sejam eles de carácter económico-comerciais, culturais, sociais, técnico-científicas, educativos ou interesses relacionados à Defesa e Segurança ou Alianças Militares.

Olhando de perto para as complexidades do sistema internacional, o elemento comunicação governamental vai ganhando uma particular importância no âmbito da diplomacia pública (um conjunto de meios e instrumentos sociais, informacionais, culturais e tecnológicos, usados por um governo e pelas próprias comunidades civis, nas suas relações com outros Estados e povos), com o objectivo de promover a imagem do País, atraindo financiamentos e investimentos estrangeiros, em prol do Estado, incluindo o incentivo do turismo e interesses de outras nações na sua cultura e modo de viver, que dependendo das estratégias aplicadas pelos governos nas suas negociações e tratados, poderá atrair o desenvolvimento económico-social a nível interno do País. 

Entretanto, dada a essa nova conjuntura das relações internacionais, onde vários actores apresentam interesses diversos e adversos, os tratados (acordos, protocolos, memorandos, declarações conjuntas políticas e diplomáticas) entre os governos, devem de qualquer forma encontrar um meio de compatibilidade nas suas negociações de Estado, focando a sua linha de actuação de política externa: na cooperação ao desenvolvimento, cooperação económica, cooperação científica e cooperação militar. No entanto, para tal efeito, dar-se-a, a necessidade urgente dos Estados reduzirem os seus mecanismos burocráticos nas suas relações de cooperação.

Hoje, o continente africano é mais atractivo e relevante do ponto de vista geopolítico e geoeconómico, em relação ao período de domínio colonial e de décadas após as independências, isto em parte devido à sua evolução diplomática, que apesar de não estar ainda no nível desejado, demonstra uma certa melhoria em termos de tecnocracia negocial com outros Estados da comunidade internacional, o que implica necessariamente uma melhoria na sua forma de comunicação externa, porque em diplomacia “a qualidade da comunicação numa negociação depende tanto do nível de entendimento mútuo como da eficiência do processo”. Isso é verificável em África.

*Post-Doc Researcher 

– Jurista (Direito, Política, Diplomacia, Defesa e Segurança).

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