MENSAGEM PARA DIA 1 DE JANEIRO 2025

Precisamos mobilizar-nos em torno da ideia de “um novo contrato social” baseado em novos termos de produção e de distribuição. E de consumo! Temos de valorizar o trabalho, promover a criação de empregos, adoptar uma política socialmente justa de redistribuição da riqueza produzida.

CESALTINA ABREU

O que eu mais desejo: a MUDANÇA.

Em primeiro lugar, do fim das guerras de hoje, para processos de construção de Paz Social! Mas a Paz não é resultado da assinatura de um acordo de cessar-fogo. A Paz constrói-se, por todos, a cada dia!

Repensar e reorganizar as instituições internacionais para uma nova ordem mundial. Enquanto prevalecer a desigualdade de condições e de oportunidades entre os países que integram a ONU, apesar dos muitos discursos e simulacros de ‘igualdade’, não haverá mudanças.

As desigualdades prevalecentes transformam as vidas dos cidadãos numa corrida em que a distância a vencer e os obstáculos a superar são muito diferentes de uns para os outros. As Mulheres que o digam! Na luta pela igualdade de condições e de oportunidades, sempre existirão diversas dimensões de desigualdades devido aos pontos de partida distintos de cada um. Somente uma mudança profunda nas relações sociais e de poder entre o Sul e o Norte, por exemplo, poderá permitir corrigir distorções históricas resultantes de processos como esclavagismo, colonialismo, apartheid entre as várias formas de dominação que moldaram o mundo que temos hoje.

Precisamos mobilizar-nos em torno da ideia de “um novo contrato social” baseado em novos termos de produção e de distribuição. E de consumo! Temos de valorizar o trabalho, promover a criação de empregos, adoptar uma política socialmente justa de redistribuição da riqueza produzida. Os termos dessa produção também devem ser estabelecidos à luz do princípio da sustentabilidade, e de objectivos e resultados ajustados ao princípio da justiça social.

E para conseguirmos essa mudança numa perspectiva sustentável, é fundamental apostar na Educação para dar suporte a um processo de mudança de mentalidades, de atitudes, de comportamentos, incluindo a educação para o consumo.

Todos temos direito a um ambiente limpo, saudável e sustentável, cada vez mais relacionado com a real implementação de direitos humanos, e a protecção relativamente aos efeitos / consequências da mudança climática. Precisamos pressionar os governos a reconhecer o amplo património de conhecimentos e experiências das comunidades locais e das pessoas e grupos da sociedade civil, para lidar com os impactos das mudanças climáticas com equidade, e com Visão. E, acima de tudo, precisamos encontrar os meios para contribuir para o esforço global de redução das emissões de gases de efeito estufa antes que seja tarde demais. Apesar das desigualdades, também neste domínio, precisamos fazer alguma coisa.

Para haver uma mudança, de facto, precisamos agregar a esta abordagem a solidariedade. Para nos juntarmos e procurarmos agir juntos em defesa da Vida. Precisamos de nos comprometer a construir um Pacto de Compromisso com o Futuro, como defendo há anos, porque me parece o caminho para salvarmos a vida de todos e de cada um.

O melhor de cada um de “nós” em 2025… porque “juntos” podemos promover a mudança para uma vida melhor, para todos!

Mas para isso, temos de começar por vencer alguns bloqueios, entre as quais, as ‘ideias- barreira’:

a) não temos “força” o bastante para nos fazermos ouvir;

b) desconseguimos convencer os outros a juntarem-se;

c) não estamos preparados (porque não temos o hábito) para trabalhar juntos e identificar objectivos de interesse comum pelos quais possamos unir forças;

d) “não vale a pena, nada vai mudar”.

Temos, sim, um défice em nos assumirmos como cidadãos e em unirmo-nos em torno de bens comuns; fazemo-lo, mas em circuitos-fechados.

Seria realmente muito lindo se uma tal mudança ocorrer. Mas isso implicaria que os que hoje são detentores do poder, e aqueles que a ele aspiram realizassem, honestamente, o seguinte exercício consigo próprios, e tivessem a coragem de dar sequência à acção de mudança que se impõe, começando em si, no seu país.

Você está pronto?

– Você está pronto a esquecer o que fez pelos outros e lembrar de tudo o que os outros fizeram por você?

– Você está pronto a ignorar o que o mundo lhe deve e pensar em tudo que você deve ao mundo?

– Você está pronto a colocar os seus direitos em último lugar, os seus deveres no meio e oportunidades para fazer mais do que os seus deveres, primeiro?

– Você está pronto a ver que o seu irmão é tão real quanto você e faz um esforço para ir além do rosto dele e alcançar o seu coração?

– Você está pronto a reconhecer que a única razão nobre para a sua existência não é tirar proveito ou vantagens da vida, mas o que você é capaz de dar à vida?

– Você está pronto a dar, a se dar? 

– Você está pronto a fechar o seu livro de reclamações contra o mundo e olhar ao seu redor, muito perto de você, para um lugar onde você possa plantar algumas sementes de felicidade?(1)

(1) http://www.jouscout.com

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