Ngalula Mukuba
Em nome da segurança, inverteu-se o sentido básico do direito: todos são supostamente terroristas, até prova em contrário
Nesta interação com os nossos leitores sobre os problemas do nosso mundo contemporâneo, desengavetei alembrança do triste acontecimento daquela terça-feira, 11 de Setembro de 2011. A data, representa uma enorme tristeza, porque, marca um acontecimento trágico inimaginável até então. As imagens e os estragos causados, ainda são vividos com bastante amargura pela proporção da violência e da morte gratuita de inocentes, que foram apanhados na guerra entre o Ocidente, o Oriente e a América que com a sua arrogância baseada no poderio econômico, tecnológico e militar, se arroga no direito de intervir e promover as suas guerras de baixa e média intensidade pelo mundo afora. Mas o Oriente não lhe fica atrás. Também ele, cego e fanático pela crença de que são uma civilização baseada no Islão, não aceita imposições, particularmente as ditadas por essa super potência mundial. E quando pode, faz os seus rebentamentos, sem olhar e medir as consequências. E assim marcha o este mundo contemporâneo. Até onde, é o que teremos que aguardar para ver!
Há dias, sentado no meu carro estacionado na Universidade Católica de Angola, divagava nos meus pensamentos quando, de repente, nem sei porque razão, comecei a passar em revista o triste acontecimento da queda das Torres do “World Trade Center”, símbolo do capitalismo norte-americano, naquela terça-feira, 11de Setembro de 2001.
Quando todas as cadeias de televisão do mundo reproduziam as imagens de vários ângulos do embate de dois aviões Boeing nas alas norte e leste das torres, o mundo ficou estarrecido com a dimensão da violência e as consequentes mortes gratuitas de centenas de civis, apanhados nesta guerras de dois sistemas loucos que procuravam ganhar protagonismo a nível planetário. E no quadro desse conflito, acabaram por fazer com que os seus aliados se armassem o máximo possível, e partiram para uma guerra louca como se estivessem a ir para um piquenique e a parte restante do mundo, com baldes cheios de pipocas para assistir a novela demoníaca de uma guerra ao estilo americano e de George Bush contra os novos “bandidos” do oriente, comandados por Osama Bin Laden.
Como reação aos atentados de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos da América, o presidente George W. Bush fez uma série de pronunciamentos que implicaram alto risco para as relações entre as nações: “O terrorismo será enfrentado em qualquer parte do mundo; atacar-se-ão também aqueles países que dão guarida às redes de terror”, foram alguns exemplos. Referindo-se directamente para o Afeganistão de Mullah Omar, que via em Osama Bin Laden um importante sponsor da necessidade que tinham relativamente ao capital, uma vez que o mundo não simpatizava com o governo fundamentalista do(s) taliban(s), porque concebe(ia), de forma arcaica o Islão na sua essência, Bush, na sequência dos seus pronunciamentos, disse ainda: “Quem não aceita essa luta, é contra os Estados Unidos da América e a favor do terrorismo”.
Depois desses pronunciamentos, os EUA iniciaram toda uma campanha de preparação para uma guerra na busca e captura de Osama Bin Laden, considerado então o maior inimigo público da América. Quer tivesse aprovação ou não da ONU, os EUA estavam decididos em arrancar a todo vapor para a região do Afeganistão, em busca do seu maior inimigo, detê-lo e condená-lo na América (enforcamento ou injeção letal).Por outro lado, o oponente, não estava disposto a oferecer-se numa bandeja como se de um troféu de caça se tratasse para ser exibido nas redes televisivas de todo mundo, como uma grande vitória à moda americana. Bin Laden optou então por três saídas: a) fugir e permanecer no silêncio, não dando nas vistas,movimentando-se de vez em quando de forma discreta; b) lutar com um inimigo poderoso e persistente como a América; c) morrer em combate, tornando-se num mártir no mundo islâmico e largos sectores fundamentalistas. Optou pela primeira.
Ciente da persistência canina norte americana, Osama Bin Laden sabia que eles não desistiriam e que o seu fim estava selado. Mais cedo ou mais tarde, seria morto, o que veio a acontecer alguns anos mais tarde, já na vigência de Barack Obama, o primeiro presidente negro na história dos EUA.
George Bush interpretou a barbárie de 11 de Setembro de 2001 como guerra contra a humanidade. Aqui, o sentimento de supremacia norte-americano foi como se o planeta fosse a América ou o mundo fosse a América, e que o resto era a periferia, pensamento unilateralista baseado na arrogância e no peso que tem na geopolítica, na economia e no poderio militar mundial.
Diante dos acontecimentos, vale dizer que há uma manifesta globalização do inimigo e globalização da guerra com características particulares, combinando a brutalidade da guerra tecnológica moderna, mostrada na intervenção norte-americana no Afeganistão, com a guerra de inteligência das várias agências de espionagem, em especial a CIA, implicada em vários actos de terror e de assassinato planeado de lideranças tidas como terroristas, ou que não aceitam a subjugação aos EUA. E essa estratégia projectou cenários sombrios e perigosos para a convivência da humanidade no processo inexorável da globalização, face a nova história da terra e da espécie humana “hominis sapiens e demens”.
O primeiro efeito ocorreu nos EUA com a criação do Conselho de Defesa Interna, dotado de uma Força-Tarefa de Rastreamento de Terroristas, com fundos específicos, e de correspondente ideologia justificada.
Para muitos, o Estado de Segurança Nacional tem como maior ideólogo Carl von Clausewitz (1780-1831).Segundo esse paladino da estratégia, a guerra conferiu normalidade à guerra como “continuação da política com outros meios”. Em nome da segurança, inverteu-se o sentido básico do direito: todos são supostamente terroristas, até prova em contrário. Em consequência disso, surgem inexoravelmente serviços de controlo e repressão, espionagem, grampos, prisões para interrogatórios, violência por parte dos corpos de segurança e torturas. Criou-se o império da suspeita, do medo e a quebra de confiança societária, base de qualquer pacto social. Há o risco do terror de estado.
A formulação do bem-mal do amigo-inimigo do presidente Bush nos remete a um dos grandes teóricos modernos da filosofia política moderna, de rótulo nazifascismo, Carl Schimitt (1888-1985). Em seu conceito do político (1932, Editora Vozes; 1992), diz: “A essência da existência política de um povo, é a sua capacidade de deferir o amigo e o inimigo (p.76)”.
Bush interpretou a barbarie de 11 de Setembro de 2001 como guerra contra a humanidade, contra o bem e o mal, contra a democracia e a economia globalizada de mercado que tantos benefícios (suposição dele) trouxeram para a humanidade. Quem for contra a leitura é inimigo, e o outro, é o estrangeiro que cabe combater e iluminar. A lógica que preside os atentados terroristas é assumida totalmente pela estratégia do Estado norte-americano. Terror deve-se enfrentar com terror, gerando a espiral de violência sem fim. Nesta solução não há nenhuma sabedoria, apenas a expressão de bendita e de retaliação de “olho por olho, dente por dente”. Só políticos medíocres, sem a estatura dos verdadeiros estadistas que se destacaram no século XX, adoptaram semelhante estratégia.
A toda a loucura que se segue de uma potência mundial arrogante diante da força que demonstra, há um conjunto de nações que capitalizam (passe a expressão), as ideologias libertárias e as religiões de resistência, como se viu no Afeganistão os mujahidines enfrentando e resistindo o poderoso exército soviético. Eles criaram verdadeiras místicas de engajamento e fazem surgir militantes comprometidos com a superação da presente ordem mundial, devido às altas taxas de iniquidade que produz. Entre eles, falam sobre as históricas esquerda anticapitalistas, os movimentos transnacionais contra o tipo hegemônico de globalização económico-financeiro e os sectores religiosos ligados a mudanças sociais, como o cristianismo de libertação nascido na América Latina e activo na África, na Ásia e em certos sectores da sociedade civil norte-americana e europeias. A estes se somam ainda grupos fortes do islamismo popular, de cunho fundamentalista, e sectores teológicos islâmico ligados ao extratos pobres da população, seja do deserto seja das cidades. Resgatam as origens libertárias das gestas de Maomé e o sentido original do Corão. Todos esses são considerados inimigos, são vistos como forças auxiliares do terrorismo.
É está a verdade inequívoca e cruel que assistimos no nosso mundo contemporâneo, sem podermos fazer quase nada para parar o seu ímpeto e a lógica da guerra que nos desumaniza e nos reduz ao nível da “coisificação” para tristeza da maioria do planeta. Infelizmente, esta é a realidade cruel, que começa a dar os passos para uma nossa ordem mundial que, no século XXI, volta a a dividir-nos com o rótulo de “os bons e os maus”, que substituiu o de “comunistas, socialistas, capitalistas e imperialistas” dos tempos da Guerra Fria.
Nota: Reflexão elaborada com base na teologia de Leonardo Boff
Thanks to myy father wwho sttated to mme regarding thos weblog, this weblog is truly awesome.
What’s up i amm kavin, itss myy first occasion to commewnting anywhere, when i read this article i thhought i could alo ceate comment due to thos sensible paragraph.
https://tinyurl.com/yk3wnfl2
continuously i sed to read smaller articles oor reviews that as
well clear theor motive, andd that is also happening ith this post which I amm reaing here.
Hi there, aall is going fiine here aand ofcourse every
onee is sharing information, that’s actually excellent, kee
up writing.
Hi, oof courswe this poat is genuinely gooid annd I hve learned lot of
thhings from itt concefning blogging. thanks.
Very good article! We are linking to this grea contentt on ouur site.
Keep uup the great writing.
https://tinyurl.com/2kr43kdn
We’re a bunch of volunters and openikng a neew scheme in our community.
Your web site provided us wth valuable infomation to
work on. Yoou have performeed an impressive task annd oour entire neighborhood caan bee grateful to you.
I have fun with, result in I discovered exactly what I was looking for.
You’ve ended myy 4 dayy lengthy hunt! Good Bless you man. Have a ice day.
Bye
I do noot even know how I stopped uup here, buut I
believed this publish wass once great. I ddo nnot understand who youu aare
but certainly you’re going to a well-known blogger shoulld you are noot already.
Cheers!
Helko to all, howw is everything, I think everdy one
iis getting mode from this web page, aand yyour vviews are good inn
favor of new users.
Thanls for any other informative site. Where ese may just I am getting tuat type oof info writtedn in uch an ideal approach?
I ave a venture that I’m simply now runnning
on, annd I have been on thee look out foor such information.
No matter iif some oone swarches for hiis required thing, therefore
he/she wishes too be avcailable that inn detail, threfore that thing iis maintained over here.
Thhis pieche off writing wil assist the internet viewers ffor setting up new wweblog or even a wesblog ffrom start too end.
Gredtings from Florida! I’m bokred att work so I decided to
browsee you site onn mmy iphoone during lunch break.
I love the informattion youu provide heree annd can’t wait too takoe a look when I get home.
I’m shocked aat how fast ylur blog loaded on mmy mobile ..
I’m nott even ueing WIFI, just 3G .. Anyhow, amazing blog!
This is a ood tipp parricularly too those new tto the blogosphere.
Brief but very accuratte information… Thank you foor sharihg this one.
A must read post!
Pretty! Thiis was ann extremely wonderful article.
Thanks ffor providing this info.
Hmmm iis anyone else experiencing problwms wkth the images oon this
blog loading? I’m tryinmg tto determine iif itts a problem
on my endd or if it’s the blog. Anyy fedback wouuld be greatly appreciated.
Whhy peopple still use to read nws papers whern in this
technmological world all is presented on web?
Forr thee reaon that tthe admin of thiis websitte is working, no question vesry soon itt
will be renowned, due to its feature contents.
Thiis is really interesting, You’re a vrry skjilled blogger.
I have joined yourr rsss fed andd look forward to seking more
off your excellent post. Also, I’ve shgared your site in myy
social networks!
Helpfful info. Fortunate mme I discovered your wweb site by accident, annd I’m stunned
why this twist of fte didd not tok place earlier!
I bookmarked it.
Fatastic goods frrom you, man. I have understnd
your stfuff previois tto annd you’re just
too great. I rsally liike wgat you hzve acqired here, certainly
liike what you’re stating annd the wayy iin which youu sayy it.
You make iit entertainung and yyou srill care foor tto keep itt smart.
I ccant wait tto rread muchh more freom you. Thiis iis actuallyy a
terrific site.