Incentivar a preguiça nacional…

A justificação da administração Lourenço, para implementar o mecanismo de “ponte”, na decorrência de feriado prolongado e que obriga, parar ou recomeçar o país á meio da semana é, um louvor á preguiça nacional! 

O país precisa sim é de produzir com pragmatismo, para que haja condições para a união familiar (a principal justificação dessa medida). No mínimo do aceitável, num país de crise continuada como o nosso, o feriado por ser uma garantia constitucional trabalhista, deve ser mantido na sua forma original.

Isto é, assinalando no dia da semana em referência e só apenas em situações específicas (Estado de sítio, de emergência ou de calamidade pública), ser suspenso ou suprimido.

A ponte, em nada contribui, para o desenvolvimento d’Angola e a sua manutenção é, simplesmente um meio de corrupção das famílias e de chantagem do trabalhador, para que este, não “lute” pela melhoria das condições de trabalho e de vida. É claramente, um status quo que não traz sequer, benefícios para a classe empregadora (o Estado e uns quantos gatos pingados) sendo o governante político ao mesmo tempo empregador, o único que supostamente, retira algum benefício no mínimo partidário, na continuidade do sistema de “ponte”.

Seria interessante de se ver, na perspectiva dos sindicatos, dos empregadores incluindo o governo (e, por extensão, o parlamento), a análise custo-benefício, na economia real, para o Estado e para as famílias, ao abrigo da aplicação do feriado prolongado.

Num país, onde o ambiente de trabalho é lento, ineficaz, centralista por metodologia e partidariamente dependente (para não dizer subserviente) é, no mínimo constrangedor saber que o principal administrador público da nação, levou 09 meses, para se aperceber de que, havia nomeado um cidadão falecido ao cargo de administrador de uma empresa pública. Com situações caricatas como essa, o país, dá-se ao miserável luxo de parar dias consecutivos, sob o pretexto dúbio de unificar as famílias! Embora se reconheça que a intenção é boa (o “estinto” dos infernos está prenhe de boas intenções), há outras formas menos “preguiçosas” de se unificar á família, sem sufocar o desenvolvimento que desesperadamente se busca.

Eu costumo dizer que o funcionário em Angola, só regressa ao trabalho depois do almoço porque, ainda não inventaram o “botão” para desligar á distância, o computador, o AC e as lâmpadas. É um pesadelo o que se vive, na capital em dias de trabalho entre as 11:20 e 15:20 (retomando das 16horas), as enormes filas de carros na rua, quando todos sabemos que, o horário da função pública (até nos privados porque, estes são eternos seguidistas e não têm nenhuma expressão na defesa dos seus próprios interesses), concede apenas uma hora de pausa, para o almoço! Talvez se devesse pensar na redução da hora de trabalho, para apenas 05 horas (08h-13h) por dia e, na adopção do pagamento do salário quinzenalmente medidas essas que, teriam de facto uma influência significativa, na “união” das famílias angolanas e que representariam para o Estado e para as empresas, uma redução nos custos fixos (água e luz, serviço de internet e consumíveis vários), aumentariam os níveis de disposição e de atenção do trabalhador, melhorando o atendimento e a produtividade.

Na contramão, está claramente a imposição de 01h:30 minutos, sempre que a “ponte” se aproxima, para justificar á não-produtividade na medida em que todos sabemos que, essa hora e meia esticada, não representa um acréscimo significativamente de nada (muito pelo contrário) até porque é, mundialmente famoso o nosso estado de preguiça pública e que algum “coadjutor” central imaturo quer sonegar!

Persistir no erro em detrimento do desenvolvimento do país é, o mesmo que “catar piolhos, com luvas de boxe”. Corrigir o erro e melhorar é, uma característica ética de poucos (infelizmente, para Angola só Deus na oração!) líderes públicos, com visão de Estado. Daí que, ao invés do incentivo á preguiça, vamos é “masé” unir as famílias, com produção e partilhar com equidade, a riqueza nacional!

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