FINAL DO AFROBASKET. AS VAIAS DOS ANGOLANOS INCOMODARAM MENOS O PRESIDENTE QUE O MEDO DA DERROTA?

MARIA LUÍSA ABRANTES 

Pela leitura corporal e visual, fiquei com a nítida impressão, que o Presidente João Lourenço pouco ou nada se incomodou com as vaias (apupos), de todos os angolanos descontentes que foram assistir à final do AFROBASKET, aquando da sua entrada no pavilhão, no inesquecível dia 24 de Agosto de 2025. 

A selecção de Angola, pela 12.ª vez após a independência, é a Campeã Africana de basquetebol. Graças a garra dos atletas guerreiros angolanos, o apoio incondicional do desportista de gema, o Presidente José Eduardo dos Santos e a persistência de basketbolistas da geração passada, nomeadamente, o Professor Vitorino Cunha, Mário Palma e Vladimiro Romero, que cimentaram as fundações da modalidade. A selecção angolana lavou a cara dos angolanos por algum tempo. É mais um marco conquistado para a história de Angola. 

Pela insensibilidade a que o Presidente João Lourenço já nos acostumou, ignorando em absoluto os gritos de socorro dos angolanos, pela miséria máxima e o caos económico, motivado pela sua péssima gestão, não estranhamos a sua indiferença. Nada é de admirar, a quem tem ignorado a fome, o desemprego e a morte, que grassa em todo o país.  

O Presidente João Lourenço e sua esposa, apenas nos demonstram, que estão ocupados em viver o momento que sonhavam, mas já não imaginavam que lhes fosse entregue de mão beijada, sem mostrar o que valia. Diríamos, que estão a estranhar, como as crianças que sonham um dia morar num palácio, ter um avião e muito dinheiro sem se esforçar. 

Possivelmente, querem-se esquecer da miséria e dos bairros pobres de onde vieram, o que é normal. O que não é normal, é o egoísmo demonstrado, porque pretendem isolar-se dos descamizados, que lhes relembram que não é o cargo, o título académico, ou o dinheiro, que os fará mudar a sua origem. Mas também não será a ganância, ainda que queiram tudo só para eles e seus bajuladores. O que nos define é o nosso carácter bom ou mau, ainda que o dissimulemos. 


Custar-me-ia acreditar que o Presidente João Lourenço, só tivesse entrado no estádio próximo do final, se não tivesse já presenciado comportamento similar. 

•⁠ ⁠No caso em apreço, seria por ser pedido pelos internautas angolanos que não aparecesse? 

•⁠ ⁠Seria porque se estivesse eminente uma derrota, o Presidente João Lourenço não entraria no estádio? 

A ser verdade, só demonstra a sua falta de solidariedade, de sensibilidade e humildade. 

Para o Presidente João Lourenço, a vitória suada dos nossos heróis do basquetebol, foi mais uma vitória para ele, na qualidade de Chefe de Estado e não dos atletas para Angola e para todos os angolanos. Por isso, uma derrota não deveria merecer a presença de Sua Excelência, o Presidente de Angola, por que não satisfaria o seu ego?  

•⁠ ⁠Nas finais de jogos desportivos a nível internacional, nunca vi os Chefes de Estado (incluindo monarcas), a entrarem no estádio só quando tem a certeza da vitória. É muita falta de empatia. É um caso de estudo para psicólogos.  

Foi muito emocionante o momento em que Bruno Fernandes, com a humildade que o caracteriza, vestiu a camisola de Carlos Morais e puxou-o para o campo, convidando o público a ovacioná-lo. Parabéns ao Bruno Fernando e em especial, parabéns aos pais que o educaram. Fez-me chorar de emoção, com a certeza que ainda há gente muito boa e com grande empatia pelo próximo. 

Obrigada Campeões! Angola está de parabéns.

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