FALTA LUZ NA U.E.A.?

Não consigo entender que um membro se manifeste dizendo que “os debates só beneficiam a retórica e não exactamente programas”.

JAcQUEs TOU AQUI!  

JACQUES ARLINDO DOS SANTOS

Está a acontecer qualquer coisa de estranho na União dos Escritores Angolanos. Talvez não seja uma coisa, provavelmente vários assuntos, uns casos que se estão a passar na casa dos escritores. Pode até ser que seja, quem sabe, falta de luz que ponha a realidade das coisas mais clara. O que me leva, afinal, a esta ideia? Tentarei explicar-me, o melhor que puder. Não precisarei todas as datas, em virtude de certos documentos recebidos da UEA não me permitirem agora a sua abertura. Algum problema do meu computador, certamente. Ainda assim, vou aos factos:

1 – Tomei conhecimento da realização da Assembleia Geral da UEA – uma sessão com um número reduzido de participantes, facto justificado numa foto que ilustra o pormenor – que aprovou o Relatório e Contas do último exercício e convoca o pleito eleitoral de 10 de Maio próximo. 

2 – Numa nota com data de 26 de Março corrente, o membro Francisco Queiroz (F.Tchikondo), alertava a comunidade para a inoportunidade do acto eleitoral ser realizado, “sob pena de se comprometer a legalidade e legitimidade do processo eleitoral da UEA”. O documento, respaldado numa indestrutível opinião jurídica, era suficientemente esclarecedor ao advertir para os perigos desse acto ser levado avante sem que fossem superadas as anomalias identificadas.

3 – Num requerimento datado de 29 de Março, quinze membros subscritores, solicitavam uma Assembleia Geral Extraordinária no sentido de se justificar a continuidade do ainda Secretário-Geral da UEA, David Capelenguela, no desempenho do seu cargo, pelas boas provas dadas no exercício do mesmo, mostrando ainda que o Presidente da Mesa da Assembleia Geral em funções, não poderia, de modo nenhum, ser candidato a Secretário-Geral nas eleições agora anunciadas. Acresce o facto de a mesma pessoa exercer a função de vice-Presidente da Academia Angolana de Letras, o que contraria desde logo, os Estatutos da UEA.

A aludida nota não deu entrada oficial nos serviços da União, ou não se quis oficializar a sua entrada. 

4 – Tendo chegado ao meu conhecimento através da conta Whatsaap da União que, apesar dos convites formulados por algumas rádios e televisões da capital para a realização de um debate entre os três candidatos, o poeta Lopito Feijó, um dos candidatos e oficialmente ainda Presidente da Mesa da Assembleia Geral da União e, por isso, impedido de se candidatar, tem-se recusado ao confronto das ideias e de esclarecimento de factos que são, de todo, da maior pertinência, para a vida da União dos Escritores Angolanos, nomeadamente para o acto eleitoral. Surpreende-me ainda o facto de um membro já se ter manifestado em relação aos debates. Não consigo entender que um membro se manifeste dizendo que “os debates só beneficiam a retórica e não exactamente programas”. Posso estar equivocado, mas o debate é fundamental para esclarecer ideias e os projectos de trabalho. Cada um sabe o que quer, é o que me resta referir sobre este ponto, até porque cada um é livre de pensar o que quiser.

5 – Numa conta sempre muito animada, com várias trocas de opinião, infelizmente com poucas relativas à actual situação da agremiação em que estamos enquadrados, nota-se um vazio de opiniões, as bocas confrangedoramente fechadas. 

Entretanto, um membro de lista concorrente avisa os membros na diáspora para não se deixarem levar por amiguismos. Quererá isto dizer alguma coisa?

Face a estas questões que não podem ser vistas levianamente, como tudo indica que estão a ser levadas por alguns, enquanto membro de pleno direito da União dos Escritores Angolanos, na impossibilidade de o fazer presencialmente;

Por uma questão de cidadania e da observância da verdade, levo por este meio ao conhecimento público do que está a acontecer no seio da prestigiada União dos Escritores Angolanos. Talvez, com esta atitude se consiga travar uma ilegalidade que poderá ferir gravemente o prestígio e a honra de uma das mais respeitadas associações culturais do nosso País.

É tudo o que neste momento me ocorre dizer, virei, por estes dias, com mais um pronunciamento. Melhores cumprimentos, e o desejo de uma União Unida e íntegra, para benefício da Literatura Angolana.

Lisboa, 2 de Abril de 2025

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