RECONHECIMENTO DA DIVERSIDADE COMO VALOR E NÃO COMO PROBLEMA

RECADOS DA…

“O próximo grande salto evolutivo da humanidade será a descoberta de que cooperar é melhor que competir”

Pietro Ubaldi

CESALTINA ABREU

A afirmação de que o próximo grande salto evolutivo da humanidade será a descoberta de que cooperar é melhor do que competir é uma perspectiva filosófica e social, do filósofo italiano Pietro Ubaldi (1886-1972). Essa visão optimista sobre a possível direcção da evolução humana, sugere que a colaboração e a ajuda mútua podem levar a um progresso mais significativo e satisfatório para todos, contrapondo-se à ideia de que a competição é o motor da evolução e do progresso. Enquanto a competição pode levar ao avanço em certos contextos, a cooperação pode gerar soluções mais inovadoras e sustentáveis, além de promover um maior bem-estar social. A cooperação permite tirar vantagem da combinação dos conhecimentos e habilidades das pessoas para alcançar objectivos maiores do que poderiam individualmente. 

“O todo é maior que a soma de suas partes”, segundo validou Aristóteles há mais de 2500 anos. Embora matematicamente pareça contraditório, é organicamente comprovado que, quando a ideia de um se conecta à de outro, origina um salto disruptivo inalcançável caso cada um se mantivesse no seu próprio caminho/jornada. E pode bem dar origem a descobertas científicas, avanços tecnológicos e soluções para problemas sociais complexos. Existe, ainda, outra vantagem: a cooperação também promove um senso de comunidade e de pertencimento, reduzindo a solidão e o isolamento social, o que pode levar a uma sociedade mais justa e harmoniosa. 

Ao alinharmos os nossos propósitos compondo visões complementares de um mesmo horizonte criamos o nosso futuro comum. Em 1987, o Relatório Brundtland apresentava uma nova, e revolucionária, perspectiva sobre o conceito de ‘desenvolvimento’: “satisfazer as necessidades actuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às suas próprias”.

A questão que até agora não parece termos conseguido resolver é: como fazer com que indivíduos heterogéneos conectem necessidades, competências e prioridades tão diversas? Uma explicação talvez seja a dificuldade em aceitar a ideia de ‘comunidade’, porque se parte do erro primário de confundir ‘comunidade’ com homogeneidade de pessoas e de ideias. 

A construção de algo comum a todos, não necessariamente depende de unanimidade nos perfis dos seus integrantes. Implica, sim, o respeito pela diferença, o reconhecimento da diversidade como valor e não como problema, e a crença de que a colaboração e a ajuda mútua são caminhos mais promissores para o futuro da humanidade do que a competição. 

Como bem reflecte o Ubuntu, o caminho é a convivência harmoniosa, porque ‘Eu sou porque Nós somos’, e quando várias pessoas sorriem, a sensação é maravilhosa. E os resultados práticos também.

Nesta 5⁠ª feira, Saúde, Cuidados e Coragem para fazer vencer o colectivo: enquanto dividimos o nosso melhor, compartilhamos conhecimento, ajudamos aqueles em nosso redor. 

Kandando daqui!

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