CONSTRUÇÃO DA REFINARIA DO LOBITO ESTARÁ CONCLUÍDA EM 2027

A Sonangol e a China National Chemical Engineering Company (CNCEC) assinaram, nesta sexta-feira (20), na cidade do Lobito, Benguela, um contrato de engenharia, aprovisionamento, gestão de serviços de suporte técnico e fiscalização para construção da Refinaria de Lobito, que decorrerá num período de execução de até 40 meses, deste que será o maior complexo petroquímico de refinação do país, com capacidade para 200.000 barris de óleo por dia e cujo custo rondará os 6 mil milhões de dólares. 

De acordo com Gaspar Martins, presidente do Conselho de Administração da Sonangol, a implementação do projecto que agora entra numa fase de maior consolidação, está relacionada com a “prossecução do objectivo de aumentar a capacidade interna de processamento de petróleo bruto, para reduzir a dependência nacional de importação de refinados”.

Para a Sonangol, disse ainda Gaspar Martins, “trata-se de um projecto de elevada prioridade estratégica, na medida em que vamos melhorar o fornecimento de combustíveis ao país, e alcançar a nossa autossuficiência em produtos refinados”. E garantiu, de igual modo, que os procedimentos de “execução e funcionamento vão respeitar os compromissos em termos ambientais sociais e de governança”, considerando ser “aspectos fundamentais para a sustentabilidade desta refinaria”.

Construção de uma componente petroquímica

Para Diamantino Azevedo, ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás a construção da Refinaria do Lobito constitui um investimento de importância estratégica “não só para Angola, mas também para os países vizinhos, com maior destaque para Zâmbia e a República Democrática do Congo, mas também para a África do Sul, Botswana e Namíbia, que se configuram como grandes destinos para as exportações nacionais de refinados, reforçando a vantagem competitiva de Angola neste segmento, dentro do quadro de integração da zona de comércio livre da SADC”.

Aquele governante referiu ainda, que o actual contexto “sócio económico do país, caracterizado pelas oscilações cambiais, a retirada gradual de subvenções aos preços dos derivados do petróleo de entre outros, trazem um conjunto de desafios a nossa economia”.

Diamantino Azevedo considerou o acto, como uma decisão pragmática de “contribuir decisivamente para a materialização de um dos pilares da estratégia de estabilização macroeconómica, que é a autonomia e sustentabilidade do setor de combustíveis”.

Finalmente, aquele governante anunciou que “a Sonangol foi orientada a trabalhar em conjunto com a empresa construtora, para de imediato, iniciar estudos para avaliação da viabilidade de construção aqui, de uma componente petroquímica e em caso positivo, investirmos então num complexo de refinação e petroquímica, como contributo da indústria petrolífera para a diversificação económica sustentável do nosso país”.

A assinatura do contrato foi testemunhado por diferentes entidades do ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, da Sonangol, da representação diplomática da China e da empresa contratada, para além do Governador Luís Nunes e demais membros do Governo, da Administração do Lobito, entidades representativas da sociedade lubitanga

Projecto impactante para Benguela

Para o governador Luís Nunes, anfitrião e a quem coube a intervenção de boas-vindas aos visitantes neste acto que decorreu numa sala do perímetro administrativo de construção da Refinaria, “o projecto, aguardado com elevada expectativa, é, desde logo e no todo, impactante para as nossas populações, pelos ganhos imensuráveis que agregará à nossa economia da província”.

O governador de Benguela considerou que “os contratos rubricados constituem exactamente, a prova de que, as acções inerentes à realização deste grandioso projecto estão a ganhar corpo e consistência, o que, de igual modo, servirá para proporcionar maior número de empregos para nossa população, fundamentalmente para a nossa juventude”.

A Refinaria de petróleo bruto complexo terá uma linha de produção singular e uma unidade de hydrocraker de conversão profunda e produzida LPG, gasolina, Jet-A1 e fuel oil (Euro 5/AFRI V – gasolina e gasóleo; Dec, Ex.288 – todos os produtos e IMO – fuel oil). Embora o projecto tenha sido identificado como necessário para o país faz mais de duas décadas, apenas em 2023 aconteceu, de facto, o arranque das obras e nas suas diferentes fases empregará até cerca de 6.000 postos de trabalhado, prevendo-se que para assegurar a sua funcionalidade, empregue cerca de 600.

Para além da Refinaria do Lobito, estão em construção outra em Cabinda e está prevista mais uma no município do Soyo, que com a que existe em Luanda, o país quatro até 2027/28.

Ramiro Aleixo

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