Carolina Cerqueira, ministra de Estado para a Área Social, e Esperança Maria Eduardo Francisco da Costa, actualmente a exercer as funções de secretária de Estado das Pescas, são as candidatas para os cargos de presidente da Assembleia Nacional e de vice-presidente da República na próxima legislatura pelo MPLA, em substituição de Fernando da Piedade Dias dos Santos e de Bornito de Sousa, respectivamente, eleitas com 580 votos a favor, correspondentes a 94.5% dos votos, 23 votos contra e 11 abstenções.
A decisão resultou de uma reunião extraordinária do Comité Central desse partido realizada hoje (23) no Centro de Conferências de Belas, em Luanda, em que foram analisadas matérias ligadas à preparação para as Eleições Gerais de Agosto de 2022, designadamente, a proposta de lista de candidatos à deputados à Assembleia Nacional, o ante-projecto de Programa de Governo e do Manifesto Eleitoral para o período 2022-2027.
Perfil das candidatas. A candidata a presidência da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, é jurista, mestre em Ciências Político Jurídicas, pela Universidade Agostinho Neto e nasceu em Caculo Cabaça, município da Banga, província do Cuanza-Norte. Desempenhou as funções de ministra da Cultura nomeada em Maio de 2016. Tem formação em Jornalismo Diplomático (sede da ONU, Nova Iorque), em Diplomacia Popular (Universidade Rovereto, Itália) eformou-se ainda em Observação Eleitoral (sede da União Europeia, Bruxelas e no Ghana) e em Resolução de Conflitos (Quénia – Mombasa).
Em 2015 foi membro do Comité Executivo e do Comité de Desenvolvimento Sustentável, Finanças e Comércio da União Interparlamentar Mundial, entre 2013 e 2016 – vice-presidente da Organização Pan Africana das Mulheres para África Austral, entre 2012 e 2016 – vice-presidente do Grupo Parlamentar do MPLA, deputada à Assembleia Nacional, membro da Comissão Permanente e membro da Comissão dos Assuntos Jurídicos e Constitucionais (2008/2010;2012/2016), presidente do Grupo Nacional da União Interparlamentar Mundial, presidente da Comissão dos Direitos do Homem, Sugestões e Reclamações, ministra da Comunicação Social (2010/2012), membro da Comissão Constituinte da C.R.A (2010), presidente da Mesa da Assembleia Geral da Federação Internacional das Mulheres de Carreiras Jurídicas (2006/2012), directora do Gabinete de Cidadania e Sociedade Civil do MPLA (1984/2008), secretária dos Assuntos Jurídicos e de Solidariedade da OMA e jornalista na Rádio Nacional de Angola (RNA), entre 1977 e 1984.
A vice-presidente da República, Esperança Maria Eduardo Francisco da Costa, secretária de Estado para as Pescas do Ministro da Agricultura, Pescas e Florestas é professora titular de Biologia da Faculdade de Ciências Naturais da Universidade Agostinho Neto desde 1997 e membro do Bureau Político do seu partido.
Entre 1983 e 1984 recebeu formação pelo Centro de Botânica do Instituto de Investigação Científica em Lisboa, Portugal, e no seu regresso a Luanda foi nomeada assistente de Biologia Vegetal na UAN e em 1986 foi nomeada chefe do Departamento de Biologia.
Entre 1986 e 1990, Esperança Costa desenvolveu o Herbário de Luanda e tornou-se a representante angolano na African Biosciences Network (ABN), depois de participar de uma reunião da ABN em Harare, Zimbábwue, sobre gestão florestal.
Em 1990 deixou iniciou um mestrado em produtividade de fábrica na Universidade Técnica de Lisboa. A partir de 1992 trabalhou numa tese sobre Ecologia Vegetal, obtendo o doutoramento pela mesma universidade.
Em 1997 regressou a Angola e foi nomeada professora da Universidade Agostinho Neto. Tendo uma significativa actividade no sector das Pescas, ainda que sem soluções à vista para os graves problemas que o sector enfrenta, não se conhecem as aptidões políticas de Eduarda da Costa, que tem mais provas prestadas na academia do que na vida política.
Continuar com a luta contra a corrupção. De acordo com o comunicado divulgado e lido por Rui Falcão, a reunião foi precedida de outra do Bureau Político, que analisou questões da vida interna, a situação política, económica e social do país, tendo em vista os desafios político-eleitorais de Agosto de 2022.
No discurso que abriu a sessão, João Lourenço, presidente do MPLA e cabeça de lista, referiu que “o país está a cerca de três meses de realizar as quintas eleições gerais, que esperamos virem a ter uma grande participação dos cidadãos eleitores que estejam em condições legais de exercer o direito de escolha dos seus representantes na Assembleia Nacional e do residente da República”.
João Lourenço, refere o comunicado, destacou que o MPLA, no seu Programa de Governo e Manifesto Eleitoral, continuará a defender a luta contra a corrupção e a impunidade, melhor ambiente de negócios, aposta no desenvolvimento da produção interna, aumento das exportações, almejando a melhoria da qualidade de vida dos angolanos, nomeadamente nos domínios da educação, saúde, habitação, água potável, energia eléctrica, maior oferta de postos de trabalho, sinónimo de maior crescimento e desenvolvimento nacional para os próximos anos.
No âmbito da implementação do Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022, os membros do Comité Central, de acordo com o comunicado, congratularam-se com os resultados alcançados na materialização de vários programas de carácter socioeconómico, com realce para o PIIM, o KWENDA, o PRODESI e o PREI, que, como se refere, “estão a melhorar as condições de vida das populações, e reflectem substanciais contribuições para o desenvolvimento sustentável do país”.