“HÁ PRESÉPIOS QUE NINGUÉM VÊ, MAS ESTÃO MONTADOS O ANO INTEIRO…”

RECADOS DA CESALTINA ABREU

Hoje, esta deve ser a imagem de milhões e milhões de famílias por esse mundo fora,

deslocadas devido às guerras, às perseguições de diversa natureza — política, religiosa, étnica, etc. —, devido às alterações climáticas — seca e a fome associada, como no Sul de Angola, países insulares a ‘afundarem (Tuvalu) —, em busca de melhores condições de vida, etc. São várias as razões, mas em todas elas, a mesma questão de base/fundo: o aumento crescente das autocracias e as consequências ao nível das crescentes desigualdades sociais, de condições e de oportunidades, entre as principais causas…

Nesta época designada ‘festas de Natal e de passagem de ano’, mais uma vez me ‘assaltou’ uma dúvida existencial: como expressar os votos que eu gostaria de expressar e que, acredito, seriam bem recebidos, sem parecer distraída, alienada ou “sem noção”, dado o ambiente global de perdas, incertezas, desesperança, desencanto, medo e angústias, em função das múltiplas “crises” que ocorrem no mundo… Como se expressam votos em tempo de crise?

A História ensina que foi em momentos de crise que a Humanidade ultrapassou barreiras, superou dificuldades e reinventou-se. É com a esperança que sejamos capazes de, mais uma vez, nos superarmos, que expresso votos que os sentimentos, atitudes e comportamentos que nos propomos e desejamos que todos tenham — o espírito do Natal — não se limitem a esta época do ano e que todos os dias nos esforcemos por praticá-los, enaltecê-los, partilhá-los! E que durante 2026 nos lembremos que NÓS é que podemos fazer a diferença e não o ‘novo ano’!

Se queremos mais Saúde, mais e melhor Educação, melhores condições de vida para nós e para as gerações vindouras, Trabalho e Dignidade, Justiça Social, Solidariedade e Tolerância para tornar a Paz uma realidade, e uma constante, nas nossas vidas, então façamos cada um a sua parte, individual e colectivamente, para sermos mais autores da nossa própria estória, individual, colectiva e social, construindo o nosso próprio caminho. Para mim, ‘Natal’ não é sobre dar e receber presentes, é muito mais sobre reforçar relações abrindo os nossos corações.

Para quem pode celebrar, ainda que com mínimas condições de um tecto e de juntar família para o convívio, o Natal / o Kwanza, é um momento para reforçar laços e valorizar o ‘estamos juntos’ ainda que fisicamente distantes. O Natal é uma oportunidade para celebrar o que somos, o que temos, o que fazemos com isso, lembrando os que já não estão connosco, e honrando o que já vivemos. E, nesse processo, criar memórias que perdurem no tempo! 

Kandando daqui e os habituais votos de Saúde, Cuidados e Coragem para seguir, em frente!

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