JAcQUEs TOU AQUI!
É necessário olhar mais para as nossas atitudes, para aquilo que fazemos erradamente no nossos dia-a-dia.

O Senhor Manuel Joaquim dos Santos, meu saudoso pai, faria ontem, dia 17 de Maio, 105 anos. Como é grande a minha saudade!
O Glorioso Sport Lisboa e Benfica, clube da sua adoração, disputou ontem, no dia do seu aniversário, o título de campeão de Portugal. Oxalá tenha, lá do alto, transmitido à equipa a sua força de vencer. À hora em que escrevo este texto, desconheço o resultado dos jogos decisivos do Glorioso e do Sporingué. Como eu gostaria que lhe fosse oferecido o título como prenda de anos! Mas, seja ou não campeão, o Benfica é o maior!
E recordando, sendo benfiquista, o senhor Santos, na sua juventude, admirava o Fernando Peyroteo, até tinha em casa uma fotografia autografada do grande goleador angolano. Uma tendência da família. Não somos facciosos. Reconhecemos as razões e os méritos dos adversários.
Ainda ontem, registou-se um facto que encheria de orgulho o senhor Santos. Eu, o seu filho mais velho, tal como acontecera com os meus irmãos Fernando Pacheco e Aguiar dos Santos, fui condecorado pelo Presidente da República, pelas minhas acções que, ao longo da história, legaram um contributo indelével à Nação. Eu também me sinto orgulhoso pela distinção.
Também no dia de ontem, realizou-se uma Assembleia Geral Extraordinária, da União dos Escritores Angolanos. No momento que redijo esta crónica, não sei dos resultados da reunião. Oxalá tenha corrido o melhor possível. E o melhor possível, para mim, é ter seguido os princípios que defendo. Lisura e honestidade, preceitos indispensáveis para um caminho de êxito.
Por seu lado, os jornalistas dos órgãos estatais angolanos terão nestes dias, ontem e hoje incluídos, seguido o seu destino. Corroborar, sem desvios, com as ideias das suas chefias, relativamente às notícias “tendenciosas” atribuídas à Rádio Televisão Portuguesa. Nada a dizer sobre isso. Estão apenas a seguir as suas tendências.
Não me abstenho, contudo, de referir que tais tendências acarretam, volta e meia, as suas inconveniências. Como o de não observarem gafes. São muitas, as que se registam. Para além da maka da RTP, existem outras como, por exemplo, a gafe do sabão azul. Ficou muito mal e não há necessidade disso. Não se diminui assim, dessa maneira, a imagem de um homem digno como é o actual governador de Benguela, o Dr. Manuel Nunes Júnior. Aquela foto no Jornal de Angola, que o mostra a exibir umas quantas barras de sabão azul, como forma de propagandear os actos governamentais em curso destinados a combater a epidemia da cólera que assusta e faz mortos na sua província, não caiu bem. Uma tendência perfeitamente escusada.
As tendências facciosas, obrigam-me, por muito que não queira, a opinar. É necessário olhar mais para as nossas atitudes, para aquilo que fazemos erradamente no nossos dia-a-dia. Que raio, todos somos filhos de Deus, por isso mesmo, sujeitos a erros e omissões. Não podemos saber tudo, ser sempre os melhores da paróquia e essa do sabão azul não lembra o diabo!
Com os habituais cumprimentos a parentes, amigos e leitores, vai um abraço tendencioso com a promessa de estarmos juntos aqui, no domingo próximo, à hora do matabicho.
Lisboa, 18 de Maio de 2025