“A ERA DA DESINFORMAÇÃO: UMA REVOLUÇÃO NA PROPAGANDA”

Nós, temos de nos levar a sério, e a este País, o nosso chão. Chega de manobras de diversão, chega de repressão, chega de ameaça, chega de simulacros, chega de medo, chega de silêncio. O País é de todos, precisamos tomar conta do que é nosso, e seguir em frente!

CESALTINA ABREU

Segundo Peter Pomerantsev em “A era da desinformação: uma revolução na propaganda” (The Guardian, 27 de Julho de 2019), a disponibilidade de “Mais informação deveria significar mais liberdade para enfrentar os poderosos, mas também deu aos poderosos novas maneiras de esmagar e silenciar os dissidentes. Mais informação deveria significar um debate mais informado, mas parecemos menos capazes de deliberar do que nunca. Mais informação deveria significar compreensão mútua através das fronteiras, mas tem é possibilitado novas e mais subtis formas de subversão. A verdade é que vivemos num mundo em que os meios de manipulação se multiplicaram, um mundo de anúncios obscuros, de operações psicológicas, hacks, bots,factos leves, fakes profundas, notícias falsas, trolls, Trumps, Putins, Musks”.

A melhor maneira de nos protegermos contra as chamadas fake news é estimular o pensamento crítico, procurar o contraditório, leituras comparativas, desconfiar à primeira do que se lê, escuta, ou vê … é preciso desenvolver capacidades e possibilidades para a produção de conhecimento, de informações sérias, reais, comprovadas, baseadas na pesquisa, na ciência e na verdade dos factos.

A par do “seguidismo”, da aceitação acrítica, das mentiras e da desinformação, temos o negacionismo, quando se procura esconder uma verdade incontestável, como a crise institucional escancarada (só não vê quem não quer), a fome (Angola surge de novo na lista dos países com maior insegurança alimentar), o desespero dos jovens (e não só) à procura, no exterior, das condições que não encontram em Angola para si e para as suas famílias (é só contar os pedidos de vistos para os principais destinos), a não resolução dos problemas mais do que básicos que há anos estão na origem das greves nos distintos sub-sistemas da educação (a enorme percentagem de crianças fora do sistema deve-se à taxa de natalidade e à imigração, segundo a ministra), hospitais de topo inaugurados mas ‘os chefes’ continuam viajando para o exterior para tratar o joelho ou extrair uma bitacaia (sinalizando inequivocamente a sua falta de confiança no sistema). E como se não bastasse, um aeroporto internacional que de internacional só tem o nome (Catumbela) teremos o NAIC (Novo Aeroporto Internacional de Cabinda) e mais outros para promover o turismo…. São tantos, mas tantos os exemplos de desgoverno que cansa! Só que a fome não espera, o paludismo continua a matar sem dó, e a ignorância, essa então, vai matando, cada dia mais e mais… para não falar nos acidentes de viação, nos suicídios que ninguém reporta ‘porque é pecado’, nas dormidas ao relento para levar comida aos doentes (e os privados que construam hotéis perto)…

Anos atrás, ‘estava sempre a subir’ … e agora, Quo Vadis, minha Angola??? Nós, temos de nos levar a sério, e a este País, o nosso chão. Chega de manobras de diversão, chega de repressão, chega de ameaça, chega de simulacros, chega de medo, chega de silêncio. O País é de todos, precisamos tomar conta do que é nosso, e seguir em frente!

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