Os dividendos das empresas estatais em 2022 ora anunciados, equivalem ao valor atribuído para a aquisição de uma única casa para alojar alguns dos juízes dos tribunais superiores, sem contar com o valor do recheio.
Não foi com admiração que no dia 18/08/2023 (sexta-feira), li na ANGONOTÍCIAS, que reproduziu a Forbes, as declarações da ministra das Finanças, durante o discurso de abertura da apresentação dos dados agregados de 2022, que as empresas do Estado aportaram de dividendos, apenas exíguos e insignificantes 2,2 mil milhões de Kwanzas, equivalentes a 2,6 milhões de dólares (https://www.angonoticias.com/Artigos/item/74599/estado-angolano-recebe-dividendos-de-empresas-publicas).
A Ministra das Finanças referiu ainda, que continua a haver um “elevado fluxo” de recursos do Estado para as empresas estatais, na forma de subsídios e de capitalizações no valor de 561,3 mil milhões de Kwanzas, do orçamento de 2022. Não foi referido se haveria fluxos adicionais, provenientes de fundos da segurança social aplicados, o que poderia constituir motivo de insegurança dos trabalhadores angolanos reformados no futuro, jovens hoje.
Entretanto, mantém-se como política para nomeações de gestores e administradores, a repescagem de ex-membros do Governo repetentes, alguns dos quais desde os anos 70, descapacitados, ultrapassados ou inexperientes, velhos ou jovens “boys” e “girls” irresponsáveis, viciados em afundar empresas, entre as quais do sector financeiro, produtivo e de serviços.
Esses “boys and girls for jobs”, são sorvedouros do tesouro público, dos bolsos dos contribuintes, que com a benção do Executivo, empurram cada vez mais a economia angolana para o fundo do poço.
Os dividendos das empresas estatais em 2022 ora anunciados, equivalem ao valor atribuído para a aquisição de uma única casa para alojar alguns dos juízes dos tribunais superiores, sem contar com o valor do recheio.
Segundo notícia da Rádio Angola, de 9 de Novembro de 2022 (https://radioangola.org/presidente-joao-lourenco-disponibiliza…), o Titular do Poder Executivo disponibilizou mais de 16 mil milhões de Kwanzas, para aquisição de casas para os juízes do Tribunal Supremo, verba “13 vezes superior à soma global atribuída em 2022, aos 164 municípios do país (1,3 mil milhões de Kwanzas )” .
Depois vem mentes brilhantes como a do Prof. Dr. Carlos Feijó constatar, que tudo se repete. Grande descoberta! É óbvio que nada pode mudar, enquanto eles e os seus consultores forem sempre os mesmos, que “comem tudo e não deixam nada” (canção de Zeca Afonso).