Ainda achamos que a questão do topónimo/nome atribuído ao Novo Aeroporto Internacional de Luanda, agora, Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto (AIAAN), não é um problema por aí além, como alguns pretendem.
Qualquer Presidente da República, no momento de decidir, faria a escolha consoante a sua vontade, respeitando critérios predefinidos, podendo a escolha coincidir ou não com uma hipotética “vontade geral”. É perfeitamente normal! Pelo que, fazer disso um atalho para se produzirem afirmações contundentes de desagrado, para o apontar de dedos contra este ou aquele e para se alimentar conversas/debates, com teorias próprias de conspiração, não nos parece o mais acertado.
Será que alguém, por acaso, sabe que nome tinha JES na mente, para atribuir ao Novo Aeroporto?
Note-se que, tanto quanto sabemos, a localização geográfica da infraestrutura, Icolo e Bengo, e a celebração do seu centenário (tendo como data de nascimento 17.09.1922 e em 17.09.2022 completaria 100 anos de idade), vide o Despacho Presidencial 140/22, de 09 de Junho), apontaram/apontam, inelutavelmente, para Agostinho Neto, o Manguxi Dya Mulaulá.
Às vezes, no afã de defendermos a honra e a memória de alguém, acabamos por o expor negativamente…
Apenas dois dados, para reflexão, em relação ao Novo Aeroporto:
1. Já paramos para pensar porquê que uma infraestrutura, que se dizia necessária e fundamental para o país, de 2005 (apresentação do estudo de viabilidade do Novo Aeroporto, pela empresa americana Perkins & Will) e 2006 (aprovação pelo Conselho de Ministros do Decreto 12/06, de 15 de Maio, que oficializa a reserva de terrenos para a construção do aeroporto), ou seja, desde a altura do lançamento do projecto até 2017, as obras ainda estavam inconclusivas e sem previsão de conclusão?!
2. Já analisamos, friamente, os custos financeiros finais que a obra teria, pois, sem conclusão, os custos já estavam acima de USD. 6 mil milhões (ou 6 bilhões)?!
O actual PR, enquanto Mais Alto Magistrado da Nação, decidiu no sentido nominal que decidiu e qualquer outro PR também teria a sua escolha, com base nos critérios que elegesse, ou se pretende que o assunto fosse levado à consulta popular, por via de plebiscito ou de referendo?!
Atenção que essa nossa posição, quanto ao nome do aeroporto, é diametralmente oposta a que assumimos, por ser frontalmente crítica e de tristeza, em relação às tentativas de sonegação ou apagamento de referências ao anterior PR, JES, no acto inaugural da obra e nos discursos/declarações oficiais associados ao evento. Debalde, porque a participação física do homem (JES), no que veio a ser o produto final, não é possível de apagar, bem como a sua presença espiritual, nos circunstancialismos da inauguração, era indisfarçável.
No entanto, voltando ao nosso tema e com isso peroramos, não nos parece que a memória de JES perca a paz, lá onde está junto do Senhor, por não se ter atribuído o seu nome ao Novo Aeroporto, e também não vem mal ao mundo, pelo facto de Manguxi ter o nome em mais uma infraestrutura pública!
A nosso ver, faria mais sentido termos esse exercício de polemização, se o PR incumbente resolvesse atribuir o seu próprio nome ao empreendimento. Aí, sim, até nós mesmos ajudaríamos a fazer coro, nos brados aos Céus, em como tinha caído o Carmo e Trindade! Mas, não é o caso. Temos dito!